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ARTIGO

A guerra pró-inimigo

'A pífia quantidade de droga apreendida na periferia não caiu do céu'

24.abr.2025 às 19h02
Porto Alegre (RS)
Airton Michels

"Ao final de cada ano, as polícias alardeiam recorde de apreensões. Contudo, segue à vontade o consumo de drogas encontráveis em qualquer esquina" - Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

Manchetes do tipo “Séria derrota ao tráfico” são ilustradas com fotos de policiais vestidos à moda SWAT arrebentando tapumes podres nas miseráveis vilas. O ronco dos helicópteros produz alvoroço nos galinheiros e na cachorrada e faz sumir nas latrinas e nas sarjetas a eventual droga em poder dos traficantes que correm e perdem seus chinelos emendados com arame antes que o braço da lei os imobilize.

Algumas gramas de drogas são apreendidas. Em outras vilas de pobres e pretos, PMs em patrulha rotineira avistam um jovem em frente a um casebre. O rapaz lhes parece nervoso porque entra na casa; sem mandado entram atrás e sempre, irremediavelmente sempre, apreendem outras gramas. Acrescentam que o local é, há muito, conhecida zona de tráfico. A farda dos soldados já é, para as acetinadas togas, a sentença definitiva.

De vez em quando, muito de vez em quando (1 em 2000?) se prende alguém do terceiro ou quarto escalão da organização, geralmente um gajo, mas anunciado como “grande líder do tráfico”. Ao final de cada ano, as polícias alardeiam recorde de apreensões. Contudo, segue à vontade o consumo de drogas encontráveis em qualquer esquina. O combate deu resultado abaixo de zero e sem nenhum constrangimento ele é repetido ano após ano.

Esse desprezo ao princípio elementar da relação entre origem e consequência reclama ativação de neurônios e respeito ao erário. Não faltando droga para quem a queira, os superlotados presídios masculinos seguem ocupados, na ordem de 30%, pela mais absoluta “chinelagem” do tráfico; nos femininos, 60%: muitas encarceradas pela mera condição de mães ou companheiras habitantes da mesma casa do flagrado.  

A pífia quantidade de droga apreendida na periferia não caiu do céu: percorreu longo caminho desde os grandes e médios traficantes e prendemos aos magotes os infratores do último escalão, ao invés de, a partir deles (sempre expostos) iniciar a discreta investigação que com razoável inteligência identificará inimigos bem mais possantes.

Sem essa inversão persecutória, seguiremos fornecendo mão de obra para os grandes traficantes: qualquer morador da vila sabe que os três “traficantes” presos hoje serão substituídos no beco por três meninos amanhã. E nos bairros elegantes da cidade o sobrevoo dos helicópteros, ao retornar daquelas operações, talvez perturbe o sono do pessoal com ressaca de uísque e coca. 

* Ex-Secretário de Segurança do Governo Tarso Genro no RS

*Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

Editado por: Katia Marko
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