Ao menos 53 pessoas morreram em bombardeios israelenses na Faixa de Gaza nesta quinta-feira (24), anunciaram a Defesa Civil palestina e fontes médicas.
O Exército israelense também pediu aos moradores das cidades de Beit Hanun e Sheikh Zayed, no norte do enclave palestino, que evacuassem antes de um “poderoso ataque” contra um local que abriga “atividades terroristas”. Israel retomou o genocídio contra a Faixa de Gaza em 18 de março, após um cessar-fogo de dois meses.
Nove pessoas morreram e várias ficaram feridas em outro ataque contra um local que já foi uma delegacia de polícia na região de Jabaliya, ao norte da Faixa, segundo um comunicado do Hospital Indonésio, para onde os corpos foram levados.
O Exército israelense alegou em comunicado que atacou um “centro de comando e controle” do movimento islamista palestino Hamas na área de Jabaliya, mas não explicou se a ação tinha a delegacia como alvo. Na Cidade de Gaza, também no norte do território, seis membros da mesma família – um casal e seus quatro filhos – morreram quando um bombardeio atingiu a casa em que estavam, disse a Defesa Civil palestina. Nidal al-Sarafiti, um parente, disse que o ataque ocorreu enquanto eles dormiam.
“O que posso dizer? A destruição não poupa ninguém”, disse ele à AFP.
Outros bombardeios mataram pelo menos 21 pessoas, principalmente em Khan Yunis, no sul da Faixa; Zuwaida, no centro, e na Cidade de Gaza.
“Estávamos sentados pacificamente quando o míssil caiu […]. Eu simplesmente não entendo”, disse Mohamed Faris à AFP em Khan Yunis.
“Um por um, estamos caindo como mártires. Eles nos despedaçaram. Mataram os filhos dela e ela, eles os reduziram a pedaços”, disse Rania al-Jumla, referindo-se à irmã, que foi morta em um bombardeio. “Não aguentamos mais. Todo dia é a morte.”
Desde que Israel retomou as operações militares em Gaza, pelo menos 1.978 pessoas morreram, o que eleva o balanço a 51.355 mortos desde o início da guerra, segundo o Ministério da Saúde de Gaza
Disparo de tanque matou funcionário da ONU em março, diz Exército israelense
Um funcionário da ONU morto em março na Faixa de Gaza foi vítima de um disparo de tanque, anunciou o Exército de Israel em um comunicado nesta quinta-feira (24), detalhando as conclusões preliminares de uma investigação interna e que “lamenta” o ocorrido.
“Segundo os elementos reunidos até o momento, a investigação indica que a morte foi causada por um disparo de tanque das tropas” que operavam na área, disse o Exército, “lamentando” o incidente.
“O prédio foi atacado por uma suspeita de presença inimiga e não foi identificado pelas forças como uma instalação da ONU”, acrescentou. Em 19 de março, a ONU anunciou a morte de um funcionário búlgaro em uma explosão em um prédio do Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projetos (Unops) em Deir el-Balah, no centro do território palestino.
Em 24 de março, o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, acusou “um tanque israelense” e anunciou uma redução no número de funcionários internacionais na Faixa de Gaza.