Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

Violência de Gênero

A omissão do estado diante da violência contra a mulher é uma forma de cumplicidade

Atualmente, existem apenas 22 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher para os 497 municípios gaúchos

29.abr.2025 às 19h59
Porto Alegre (RS)
Stela Farias

Mulheres que já sofreram violência física ou psicológica foram convidadas a marcarem camisetas brancas com tinta vermelha - Foto: Debora Parenzi

O Estado do Rio Grande do Sul falha de forma vergonhosa com suas mulheres. Em um momento em que o poder público deveria ser amparo e proteção, ele simplesmente desaparece negligentemente. E o preço dessa ausência tem sido pago com a vida mulheres e meninas.

Atualmente, existem apenas 22 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) para os 497 municípios gaúchos. Muitas delas nem sequer funcionam de forma integral, como determina a legislação federal, por falta de efetivo. Os servidores que ali atuam são verdadeiros heróis, que enfrentam jornadas exaustivas, em estruturas precárias e com recursos insuficientes, resultado direto da negligência do poder público.

Um exemplo gritante dessa precariedade está em Viamão (RS), onde a delegacia conta com apenas sete servidores para toda a demanda e a delegada titular precisa deslocar-se para Alvorada uma vez por semana para dar plantão, pois o município não tem uma delegada titular há quase um ano. Essa situação, levada por mim ao secretário estadual de Segurança Pública e ainda não teve qualquer resposta.

E qual é a consequência prática dessa negligência do estado? Mulheres vítimas de violência que procuram ajuda e não são atendidas voltam para casa, muitas vezes para os braços de seus agressores. Isso não é apenas omissão. É cumplicidade.

O último feriado da Páscoa evidenciou de forma trágica essa realidade: dez mulheres foram assassinadas em apenas quatro dias. Dez vidas que poderiam ter sido salvas, se o estado tivesse uma rede de proteção real e efetiva, não apenas no papel. E não são casos isolados: em abril de 2025, já são 12 feminicídios registrados e no ano de 2025 chegam a 31 crimes. Um retrato cruel da falência da política de segurança pública e do sucateamento da Polícia Civil do governo de Eduardo Leite.

A situação afeta também os próprios servidores e servidoras. As jornadas exaustivas e o adoecimento físico e mental têm levado a um número crescente de exonerações, conforme denúncia do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Policia Civil do Rio Grande do Sul (Ugeirm Sindicato). A precarização é tamanha que se transforma em um ciclo vicioso: quanto mais abandonados estão os servidores, menos condições têm de proteger as vítimas.

E é importante deixar claro: não se trata apenas de falta de recursos. Somente em 2024, o governo federal repassou R$ 4,5 milhões ao estado por meio do Ministério da Justiça, em transferências fundo a fundo. A Secretaria Estadual de Segurança afirma ter executado 73% desse valor. Mas onde estão esses investimentos? Essa é a pergunta que me motivou a fazer um Pedido de Informações oficial ao governo do estado.

O mesmo ocorre com o orçamento do estado para 2024. Foram previstos R$ 18 milhões em ações de proteção às mulheres, mas desse total, apenas 5,7% foram efetivamente utilizados.

Também não sabemos como o estado vai proteger as mulheres se em muitas da chamadas Salas das Margaridas, criadas para acolher vítimas de violência em delegacias comuns, carecem de estrutura básica e diversas ficam ociosas porque não há efetivo suficiente para operá-las.

Os números são alarmantes. Das 2 mil tornozeleiras eletrônicas prometidas para monitorar agressores, somente 300 estão em uso. E as 62 Patrulhas Maria da Penha existentes precisam se desdobrar para atender 114 municípios. Ainda assim, o governo estadual recusa-se a aderir a programas federais, como o Salas Lilás, prevê recursos federais para estruturação de salas de acolhimento e atendimento multidisciplinar de mulheres e meninas em situação de violência.

O descaso do governo Leite é tão profundo que a Secretaria de Políticas para Mulheres segue extinta há quase uma década, apesar de todos os apelos dos movimentos sociais, especialistas e parlamentares. Em seu lugar, existe um departamento sem qualquer autonomia e também sem estrutura.

Por outro lado, na Assembleia Legislativa, temos feito a nossa parte. Aprovamos leis importantes, como a que determina ações contra a violência de gênero nas escolas, de autoria da deputada Sofia Cavedon, e o Protocolo Não se Cale RS, de minha autoria, para coibir o assédio e a violência sexual em bares e casas noturnas. No entanto, elas não foram regulamentadas, o que sabota a proteção das mulheres.

O Legislativo também tomou à frente e aderiu, em abril, à Campanha Feminicídio Zero, do Ministério das Mulheres, para que através da sua Força-Tarefa, dê amplitude à conscientização da sociedade sobre o tema, ao lado da Ufrgs e dos cubes Internacional e Grêmio.

Portanto, o que falta ao governo do estado é mais seriedade com o problema. O Rio Grande do Sul clama pela reabertura de uma Secretaria de Política para as Mulheres que lidere com autoridade a Rede Lilás, e promova reuniões periódicas das altas cúpulas dos poderes e das autoridades responsáveis por dar segurança para as mulheres.

Da mesma forma que esperamos a adesão do RS à programas federais que fornecem recursos para investimentos em formação e estrutura da segurança pública e um andamento mais célere ao processo de licitação para a construção de duas Casas da Mulher Brasileira, cujos recursos já estão disponíveis.

É inadmissível que o estado siga abandonando suas cidadãs mais vulneráveis. Ou enfrentamos de fato essa tragédia ou continuaremos assistindo ao luto se repetir, dia após dia. O silêncio institucional não pode mais ser a resposta.

*Deputada Estadual e Presidenta da Força-Tarefa de Combate aos Feminicídios do RS

**Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

Editado por: Marcelo Ferreira
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Notícias relacionadas

Vida das Mulheres

Deputadas federais gaúchas cobram políticas públicas efetivas contra feminicídios no estado

Veja mais

Artigo

O labirinto do Brasil por ser

‘ROMPA COM ISRAEL’

Bancada de esquerda na Câmara do Recife promove evento em defesa do povo palestino, nesta sexta (4)

Imagens da Revolução

Mostra no Cine Brasília celebra pioneirismo de Sara Gómez, primeira cineasta cubana

Luta por preservação

Justiça Federal mantém suspensão da licença prévia que autoriza obras da BR-319

PRONARA

Lula quer que Brasil deixe de ser o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, diz nº 2 do MDA

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.