A deputada federal Luciene Cavalcante (Psol-SP) pediu que o Ministério Público e os ministérios dos Direitos Humanos e da Cidadania e da Educação investiguem o vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União Brasil) por uma mensagem enviada a uma professora da rede municipal de ensino.
De acordo com o Psol, uma professora pediu apoio ao vereador contra o projeto de lei que reajusta o salário dos servidores municipais com um índice abaixo da inflação. No entanto, a docente teria recebido como resposta um “tratamento desrespeitoso e intimidador”.
Em resposta, o vereador teria enviado um vídeo – que também foi publicado em suas redes sociais em 12 de abril – em que um policial militar, usando câmera corporal, aparece acompanhado da legenda: “Vou acabar com o professor esquerdista”, em “tom de ameaça”, segundo a sigla. Abaixo do vídeo, Rubinho Nunes diz: “Fala, (nome da professora). Se for chorar, manda áudio!”.

Ao Brasil de Fato, o vereador confirmou a mensagem: “Sim, mandei. A pessoa me procurou e eu respondi. Não quer resposta, não pergunta”, informou. Sobre as ações do Psol, Rubinho Nunes disse: “Eles têm o direito de me processar, eu tenho o hábito de ganhar. Pode ir nos Direitos Humanos, na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta. Não estou nem aí”.
Na representação enviada ao Grupo de Atuação Especial de Educação (Geduc) do Ministério Público do Estado de São Paulo, o Psol defendeu que a conduta de Rubinho Nunes configura uma “tentativa de intimidar docentes por suposta orientação política” e uma “afronta direta à liberdade de cátedra e à autonomia pedagógica, pilares do Estado Democrático de Direito”. A sigla também argumenta que Rubinho Nunes pode ter esbarrado na Lei de Abuso de Autoridade, “na medida em que procedeu de modo incompatível com a dignidade ou o decoro do cargo que lhe são esperados”.