O prefeito de Moscou, Serguei Sobyanin, voltou a informar que os sistemas de defesa aérea russos abateram drones que voavam em direção à capital russa nesta terça-feira (6). Os possíveis ataques levaram ao fechamento de temporário de aeroportos pela segunda vez em menos de 24h.
“As forças de defesa aérea do Ministério da Defesa repeliram um ataque de dois drones que voavam em direção a Moscou. Especialistas dos serviços de emergência estão trabalhando no local dos destroços”, disse o prefeito da capital russa.
Nos aeroportos internacionais de Moscou, Vnukovo e Domodedovo, foram temporariamente suspensas as chegadas e partidas dos aviões no final da tarde desta terça-feira, às 18h19 do horário local de Moscou. A informação foi divulgada pelo representante da Agência Federal de Transporta Aéreo da Rússia (Rosaviatsiya), Artem Korenyako.
Na noite da última segunda-feira (5), o Ministério da Defesa da Rússia havia informado que meios de defesa aérea destruíram e interceptaram 105 drones ucranianos em 11 regiões, incluindo 19 abatidos sobre Moscou e a região de Moscou.
As ameaças de ataques de drones acontecem às vésperas da chegada de líderes internacionais para as celebrações do Dia da Vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, em 9 de Maio, em Moscou. A expectativa é que o presidente Lula desembarque na capital russa na quarta-feira (7). No total, 19 chefes de Estado e de governo estão confirmados.
A atuação da defesa aérea russa para repelir ataques de drones passou a ser uma constante após a Ucrânia intensificar o uso de veículos não tripulados para buscar atacar a Rússia, em particular após um ataque em 3 de maio de 2023, justamente às vésperas do Dia da Vitória. Na ocasião, dois drones foram lançados em direção ao Palácio do Senado, dentro do Kremlin. Os projéteis foram repelidos, mas um dos domos do prédio chegou a ser atingido, causando uma pequena explosão.
Kremlin diz que proposta de cessar-fogo está de pé
O presidente russo, Vladimir Putin, chegou a propor a adoção de um cessar-fogo de três dias com a Ucrânia durante as comemorações dos 80 anos da vitória sobre o nazismo. A Ucrânia, no entanto, não aderiu à proposta e reagiu de forma crítica à sugestão de Putin, afirmando que Kiev estava disposta a adotar uma trégua incondicional de 30 dias, conforme proposto pelos EUA.
Anteriormente, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também chegou a declarar que Kiev não pode garantir a segurança dos líderes estrangeiros que virão a Moscou para a parada militar do Dia da Vitória.
“Nossa posição é muito simples: não podemos ser responsabilizados pelo que está acontecendo no território da Federação Russa. Eles [os russos] estão garantindo a segurança de vocês, e não daremos nenhuma garantia, porque não sabemos o que a Rússia fará nessas datas”, disse Zelensky.
Nesta terça-feira (6), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que a iniciativa do presidente russo Vladimir Putin para um cessar-fogo de três dias continua em vigor, mas observou que qualquer tentativa do lado ucraniano de atacar posições ou instalações russas será recebida com uma resposta adequada.
“É claro que a iniciativa do presidente Putin para um cessar-fogo temporário durante os feriados é relevante e as instruções correspondentes foram dadas pelo Comandante Supremo”, disse Peskov.
“Mas aqui eu gostaria de lembrá-los de nossa posição: o fogo cessará, mas se não houver reciprocidade por parte do regime de Kiev e as tentativas de atacar nossas posições e instalações continuarem, então uma resposta adequada será dada imediatamente”, completou.