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Opinião

Conversão Ecológica e Compromisso Cristão: o Caminho da Igreja na COP30

A conversão ecológica, à luz da tradição cristã, exige, antes de tudo, um exame da consciência pessoal e coletiva

07.maio.2025 às 13h34
São Paulo (SP)
Dom Eduardo Malaspina

Belém foi confirmada como sede da COP30 em dezembro de 2023 - Raphael Luz/Agência Pará

Historicamente, a Igreja entendeu o mandato bíblico do “domínio sobre a terra” (cf. Gn 1,28) não como licença para exploração desmedida, mas como um chamado radical à responsabilidade. A encíclica Laudato Si’ (FRANCISCO, 2015) representa um marco hermenêutico nesse percurso ao convocar cristãos e toda a humanidade à conversão ecológica, conceito que integra transformação espiritual, ética e social (FRANCISCO, 2015, p. 216-221). Ela nos impele a superar paradigmas tecnocráticos e antropocêntricos, reordenando relações na ótica do “cuidado” – chave hermenêutica da ecologia integral.

A conversão ecológica, à luz da tradição cristã, exige, antes de tudo, um profundo exame da consciência pessoal e coletiva, capaz de reconhecer e nomear o pecado estrutural do extrativismo econômico, do consumismo e da indiferença global, cujos impactos recaem, de maneira desproporcional, sobre tantas realidades que estão em situações limite, como a Amazônia e seus povos originários (REPAM, 2019; FRANCISCO, 2015, p. 48-52). O Sínodo para a Amazônia aprofundou essa perspectiva ao afirmar que a degradação ambiental é inseparável da injustiça social — dimensões que a COP30, reunida em Belém, não pode ignorar (SÍNODO PARA A AMAZÔNIA, 2019). A Carta encíclica propõe que o cuidado com a Casa Comum se traduza em políticas públicas efetivas, diálogo intercultural e promoção de comunidades sustentáveis, tudo ancorado em uma espiritualidade que reconhece na criação “um dom recebido e compartilhado” (FRANCISCO, 2015, p. 236).

No contexto pascal — memória da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo e da possibilidade de renovação vital para o ser humano — a conversão ecológica se apresenta como uma expressão de esperança ativa, chamada a orientar não apenas os grandes debates globais, mas também as práticas cotidianas. O Magistério da Igreja, especialmente nas últimas décadas, tem encorajado essa reflexão por meio de diversas encíclicas papais que abordam o tema de forma consistente (SLEUTJES, 2023, p. 38-51). Inseridos ainda no Ano Jubilar, em que o Papa Francisco propõe uma “aliança social em prol da esperança” (FRANCISCO, 2024), esta reunião de lideranças na COP30 é convidada a adotar uma perspectiva que, partindo do presente, gere frutos esperançosos para o futuro, não sob o influxo de ideologias, mas guiada pelo desejo sincero de promover o bem comum e a dignidade humana também nas questões relativas à ecologia integral.

Isso tudo demanda formação continuada, protagonismo juvenil (MACHADO, 2023, p. 85), incidência pública e testemunho institucional: desde projetos de agricultura regenerativa até a reorientação dos investimentos empresariais e governamentais para alternativas éticas e sustentáveis. O compromisso de inserir-se propositivamente na COP30, então, não é estratégico apenas para a missão eclesial, mas constitui-se expressão ética e profética do seguimento de Cristo, o Pastor que “veio para que todos tenham vida” (Jo 10,10) — incluindo toda a Criação.

Ao abordar a conversão ecológica, a Igreja Católica oferece à COP30 fundamentos que enriquecem as respostas à crise ambiental global. Destaca-se, nesse contexto, a sinodalidade, concebida como um método participativo capaz de promover o diálogo e a construção de consensos em meio à diversidade de perspectivas (CZERNY, 2022).

O conceito cristão da criação como dom, articulado à dignidade humana e ao bem comum, fundamenta uma ética do cuidado que transcende a sustentabilidade estritamente técnica (FRANCISCO, 2015, p. 67-78). A Doutrina Social da Igreja propõe políticas integradas que promovem a justiça ambiental e social, como evidenciado na Laudato Si’ e no Sínodo para a Amazônia (FRANCISCO, 2015, p. 137-162). Princípios como solidariedade, destino universal dos bens e opção pelos pobres emergem como bases éticas relevantes aos debates climáticos. Dessa forma, a Tradição Católica oferece contribuições que favorecem o diálogo entre governos e sociedade civil, somando-se aos esforços globais pela preservação da Casa Comum.

Dom Eduardo Malaspina é bispo Diocesano de Itapeva e bispo referencial para a Pastoral da Ecologia Integral do Regional Sul 1 da CNBB.

Editado por: Nathallia Fonseca
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