Na noite desta quarta-feira (7), a cantora, compositora e instrumentista Isaar França estreia o seu novo show, Tamboa, um espetáculo solo em que ela canta e toca o tambor e outros instrumentos de percussão, destacando a força feminina e negra no palco. A apresentação tem início às 20 horas, no Teatro Hermilo Borba Filho, com entrada gratuita. Os ingressos são distribuídos na bilheteria do local a partir das 19 horas. O teatro fica na rua Cais do Apolo, nº 142, no Recife Antigo.
O Tamboa nasceu do desejo de realizar um intercâmbio artístico, passando por Maranhão e Minas Gerais, além de Pernambuco, aprofundando as conexões entre música, ancestralidade e feminilidade. Apesar de sozinha no palco, o espetáculo só foi possível com a contribuição coletiva e ancestral de uma rede de mulheres negras com quem trocou saberes ao longo dos últimos meses, como as mestras Neta Silva (PE), Aishá Lourenço (PE), Carla Coreira (MA) e Elisa de Sena (MG).
No intercâmbio, Isaar teve contato com histórias, ritmos e tradições de boiadas, congadas, guardas e festas populares, conviveu com Mãe Kabeca (da Casa Fanti Ashanti), Mestra Nadir (do Boi Floresta) e Maria Gorete, a Rainha da Guarda dos Arturos. O título do show busca traduzir a potência do tambor com a experiência feminina e negra. “Tamboa somos todas nós juntas. Um personagem que representa a saga da mulher negra em seu próprio território”, explica Isaar.
O espetáculo traz músicas populares de domínio público, composições inéditas de Isaar e releituras de outras obras suas. “Eu não conhecia nada da musicalidade dessas cidades. Mas sabia que tinha essa relação com o tambor. O tambor nos une no maracatu, nas caixeiras do divino e nas congadas. E tem também os outros tambores e outros instrumentos de percussão que me ligam diretamente com a ancestralidade e a espiritualidade que eles carregam por si só”, diz a artista pernambucana.
Tamboa é um projeto realizado exclusivamente por mulheres, desde as idealizadoras às técnicas. A direção cênica é da bailarina e coreógrafa Mônica Lira (do Grupo Experimental), a direção musical é de Sofia Freire e a produção fica a cargo da jornalista e antropóloga Chris Galdino. O projeto conta com apoio do programa Rumos, do Itaú Cultural.