O anúncio da turnê mundial “DeBÍ TiRAR MáS FOToS World Tour” despertou a expectativa de milhões de fãs ao redor do mundo. Lançado no início de janeiro, o multipremiado artista porto-riquenho Bad Bunny surpreendeu o público com a tão aguardada confirmação da turnê, que passará pela América Latina, Europa, Ásia e Oceania.
A turnê internacional visitará 20 países e acontecerá entre o final de 2025 e meados de 2026. Os ingressos foram colocados à venda na manhã desta sexta-feira, 9 de maio, e se esgotaram em poucas horas na maioria das cidades.
Em São Paulo, os ingressos para o show do dia 20 de fevereiro de 2026 se esgotaram rapidamente. Devido à alta demanda, uma segunda apresentação foi adicionada para o dia 21 de fevereiro, também no Allianz Parque. Para esse segundo show, os clientes do banco Santander terão acesso a uma pré-venda exclusiva nos dias 9 e 12 de maio, através do site da Ticketmaster. A venda geral será aberta na terça-feira, dia 13.
O artista/ativista precisou adicionar novas datas em diversos países incluídos na turnê. No entanto, carregado de simbolismo e gestos políticos, Bad Bunny optou por não incluir nenhuma apresentação nos Estados Unidos neste primeiro anúncio da turnê.
Com 17 faixas que homenageiam a identidade cultural de Porto Rico e sua luta pela independência, o álbum mistura gêneros que marcaram a trajetória musical da ilha e aborda temas sociais, políticos e culturais.
“Aqui mataram gente por levantar a bandeira. Por isso agora eu a levo comigo pra onde for, cabrón”, canta Bad Bunny ao ritmo da salsa em MuDANZA, uma das faixas mais emblemáticas do disco.
No videoclipe, lançado em 10 de março — data que coincide com o aniversário de 31 anos do artista — há referências claras aos movimentos de resistência e independência de Porto Rico, que até hoje mantém um status colonial em relação aos Estados Unidos.
“No me quiero ir de aquí” (Não quero ir embora daqui)
Muito antes do anúncio da turnê internacional, e como parte da promoção do álbum, o artista divulgou uma série de shows históricos em Porto Rico, sob o título “No me quiero ir de aquí”.
O anúncio foi feito em meados de janeiro, apenas uma semana após o lançamento de DeBÍ TiRAR MáS FOToS. Até o momento, essa série de shows exclusivos conta com 30 datas que ocorrerão entre 11 de julho e 14 de setembro de 2025, todas em solo porto-riquenho. Em consonância com a homenagem emocional do álbum à sua ilha, as primeiras nove apresentações serão exclusivas para os residentes de Porto Rico.
Os porto-riquenhos serão os primeiros a desfrutar de sua música, em um contexto no qual a ilha enfrenta uma crescente gentrificação. Muitos moradores de bairros populares estão sendo obrigados a deixar suas casas devido ao avanço do mercado imobiliário voltado para estrangeiros ricos. Isso vem gerando resistência das comunidades locais, que estão sendo expulsas de seus bairros, de suas praias e de sua cultura.
Os ingressos para as datas restantes foram colocados à venda em 17 de janeiro de 2025 por meio de plataformas digitais. A resposta foi impressionante: aproximadamente 400 mil ingressos foram vendidos em menos de quatro horas.
O álbum inteiro é, por si só, uma viagem de volta a Porto Rico. O disco começa com NUEVAYoL, escrita em uma grafia fonética baseada no sotaque porto-riquenho. A música faz referência à cena folclórica latina que floresceu na cidade de Nova York. Na segunda faixa, o protagonista conta que conheceu uma garota em Miami e planeja levá-la para Porto Rico pa’ que vea’ cómo es que se perrea (algo como Pra você ver como se dança raggeton, em tradução livre).
Sair de Miami parece não ser apenas uma metáfora, mas também uma condição simbólica: abandonar o que é imposto para lutar pela independência, dançar, cantar e se reencontrar como um povo latino-americano.