O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou neste domingo (11) que está aberto a participar de negociações de paz na Turquia na próxima quinta-feira (15) se Moscou aceitar o cessar-fogo de 30 dias com início amanhã (12).
No sábado (10), líderes do Reino Unido, França, Alemanha e Polônia, visitaram Kiev e, junto de Zelensky, fizeram uma chamada de telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Eles então lançaram um ultimato para o presidente russo, Vladimir Putin: se o Kremlin não concordar com uma trégua de um mês no conflito, a Rússia vai enfrentar mais sanções e armas serão transferidas para a Ucrânia.
Em resposta, Putin fez uma coletiva de imprensa na madrugada deste domingo (11), pelo horário local, rejeitando o ultimato, mas sugerindo que representantes da Rússia e da Ucrânia se reúnam na Turquia para uma nova rodada de negociações para colocar fim à guerra que já dura mais de três anos. “Queremos resolver as razões que deram origem ao conflito”, afirmou o líder russo, que também acusou a Ucrânia de quebrar outros acordos de trégua.
No X, Zelensky escreveu: “É um sinal positivo que os russos finalmente começaram a considerar o fim da guerra. O mundo todo espera por isso há muito tempo. E o primeiro passo para terminar qualquer guerra é um cessar-fogo. Não é razão para continuar a matança nem por um dia sequer. Esperamos que a Rússia confirme o cessar-fogo – completo, duradouro e confiável – começando amanhã, 12 de maio, e a Ucrânia está pronta para o encontro”.
O chefe de gabinete de Zelensky, Andriy Yermak, foi ainda mais enfático em uma postagem no aplicativo de mensagens Telegram: “Primeiro um cessar-fogo de 30 dias, depois todo do resto”.
O presidente francês, Emmanuel Macron, também se manifestou no X: “O Presidente Zelensky se comprometeu sem colocar nenhuma condição. Agora esperamos uma resposta igualmente clara da Rússia. Não é possível haver negociações enquanto as armas estão falando”.
Trégua de três dias
O cessar-fogo unilateral de três dias anunciado pela Rússia terminou hoje. Moscou decidiu interromper os ataques contra a Ucrânia entre os dias 8 e 10 de maio por causa das celebrações do Dia da Vitória.
Na sexta-feira (9), Moscou recebeu um desfile militar para comemorar os 80 anos da vitória soviética contra o nazismo na Segunda Guerra Mundial. As celebrações contaram com a presença de 29 autoridades internacionais, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente chinês, Xi Jinping.
Apesar de curto, Rússia e Ucrânia se acusaram mutuamente de violar a trégua de três dias.