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CELEBRANDO A VIDA

Cozinha Solidária da Vila Barracão, em Porto Alegre (RS), comemora um ano de ação coletiva no combate à fome

Cozinha Solidária, que surgiu após enchente, celebra um ano de luta popular como referência de acolhimento e resistência

12.maio.2025 às 12h09
Porto Alegre (RS)
Marcela Brandes
Cozinha Solidária da Vila Barracão, em Porto Alegre (RS), comemora um ano de ação coletiva no combate à fome

O dia foi de festa: comida farta, samba e sorrisos para celebrar um ano de resistência e afeto na Cozinha Solidária. - Foto: Mariana Dambroz

A celebração de um ano da Cozinha Solidária da Vila Barracão, na Vila Cruzeiro, em Porto Alegre (RS), teve feijoada completa, samba e sorrisos largos. O espaço, que nasceu em meio à tragédia das enchentes de 2024, tornou-se um centro de acolhimento, afeto e alimentação para milhares de pessoas. Comandada por mulheres da comunidade e voluntárias, a cozinha se mantém ativa produzindo 1200 marmitas diariamente.

“A nossa atuação na Cozinha Solidária da Juventude aqui na Vila Barracão começou com um marmitaço em diversos territórios, no 1º de maio de 2024. No dia seguinte, com as chuvas fortes atingindo Santa Maria, nos organizamos para manter a cozinha funcionando. Em 3 de maio, começamos com 200 marmitas e logo nos estruturamos com fogões, fogareiros e mais de 30 voluntários por turno”, lembra Mariana Dambroz, do Levante Popular da Juventude.

Mulheres da comunidade, como Maria Salete e Gislane, são a força diária por trás das 1200 marmitas servidas – Marcela Brandes

Durante os meses seguintes, uma rede de solidariedade se formou em diversas regiões do estado. “Chegamos a ter 11 cozinhas ativas, em cidades como Erechim, Santa Cruz do Sul, Sobradinho, Santa Maria, Viamão, Porto Alegre. Distribuímos alimentos em abrigos e pontos de resgate. Garantimos todo o ciclo: da produção até a entrega do alimento”, conta Mariana.

Com o recuo das águas e a diminuição da cobertura da mídia, a cozinha permaneceu ativa. Tornou-se espaço de resistência, encontro e cuidado. “Fizemos oficinas de pão, retomamos o espaço da costura para as mulheres, e agora iniciamos um processo de alfabetização com 11 pessoas. Muitas delas já atuavam como voluntárias, mas ainda não sabiam ler nem escrever”, relata Mariana.

Mais do que uma resposta à tragédia, a Cozinha Solidária da Vila Barracão representa um projeto de futuro. “O nosso objetivo é garantir que o povo siga comendo bem, mas também que continue se organizando, se alfabetizando, trocando receitas, contando histórias. A cozinha virou esse lugar de reconstrução da vida coletiva”, finaliza Mariana.

Memórias

O espaço onde funciona a cozinha hoje, antes abrigava uma sala de costura comunitária. Cristiane Lopes, que mora em frente à Cozinha, acompanha o projeto desde o início. Ela lembra do momento em que tudo mudou: “Era só uma sala de costura. A gente teve que transformar rapidinho para virar cozinha. De lá para cá, não paramos mais.”

A cozinheira Maria Salete Pereira Oliveira, moradora há mais de 30 anos, lembra com orgulho que o barracão foi erguido pelos próprios moradores.“Quando viemos para cá era tudo madeira. A gente mesmo levantou essas paredes. E hoje estar aqui, ajudando na cozinha, vendo esse movimento todo, é emocionante. A gente vem para cá sempre. Quando não vem, sente falta.”, diz Salete.

A solidariedade vai além do prato cheio: a cozinha virou espaço de cura, convivência e reconstrução coletiva – Marcela Brandes

Um dos momentos mais marcantes dessa trajetória, segundo Mariana, foi quando decidiram produzir mil galetos em um único turno: “A gente achou que ia dar conta, mas o território veio, abraçou a gente e segurou a cozinha junto. Foi emocionante.”

A celebração foi, ao mesmo tempo, homenagem e reafirmação: a Cozinha Solidária da Vila Barracão não é só um espaço de alimentação, mas de resistência. “Hoje fizemos feijoada com tudo que tem direito: farofa, arroz, feijão, ovo, salada. É pra comemorar, sim, mas também para dizer que a gente está aqui, e vai seguir aqui”, afirma a cozinheira Elisabeth da Silva.

Vidas

Além da comida, o projeto também é espaço de reconstrução emocional para quem participa. “Eu saí de uma depressão aqui. Quando eu vim, não conhecia ninguém, tinha medo até de sair no bairro à noite. Hoje, esse lugar me cura. Eles viraram a minha família”, compartilha a cozinheira Gislane Gomes, que começou no meio do ano passado e hoje considera a cozinha sua segunda casa.

A comida quente além de sobrevivência é um gesto de afeto. “A gente faz marmita todos os dias. Uma vez chegou um senhor aqui com garrafa de cloro pedindo pra colocar comida dentro, porque não tinha mais pote, não tinha nada. Aquilo cortou meu coração”, conta Gislane Gomes.

Além da comida, o projeto oferece oficinas, costura e aulas para quem nunca teve a chance de aprender a ler – Marcela Brandes

“Teve uma mulher que apareceu com pote de sorvete e distribuiu para os outros levarem comida. É isso que nos move. Não é só o alimento, é o cuidado, é o respeito com quem está na pior”, relata Elisabeth.

Moradores de rua, famílias desalojadas, idosos, crianças, todos são atendidos diariamente com a refeição solidária. Sem doações suficientes de marmitas e potes, a equipe da cozinha passou a improvisar, pedir ajuda pelas redes e contar com a solidariedade.

Solidariedade

A Cozinha Solidária recebe doações, mas também enfrenta desafios para manter o ritmo da produção e do envolvimento comunitário. “A fome é uma demanda constante. A cozinha também é um espaço de disputa de ideias: os alimentos vêm da reforma agrária, têm história, não têm veneno, têm sabor de comida de verdade.”

A noite seguiu com festa e celebração com roda de samba – Mariana Dambroz
Editado por: Vivian Virissimo
Tags: combate à fomecozinhas solidáriasmudanças climáticasporto alegrereforma agrária
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