Entre os acordos assinados pelo governo brasileiro e chinês na tarde desta terça-feira (13), no Grande Salão do Povo, está o Memorando de Entendimento (2025–2030) sobre Cooperação em Agricultura Familiar Moderna e Mecanização Agrícola, que prevê esforços conjuntos para o uso de maquinário no campo brasileiro.
Segundo o texto do acordo, a meta é “promover o intercâmbio e a capacitação de pessoal científico e de pesquisa, o desenvolvimento conjunto de fazendas e encorajar à transferência voluntária de tecnologia”, além do fortalecimento da “cooperação orientada a resultados entre os dois países na agricultura familiar e na mecanização agrícola” e da promoção de “uma parceria estável e de longo prazo”.
O acordo foi assinado por Han Jun, ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da República Popular da China (Mara) e por Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar do Brasil.
De formação a instalação de fábricas no Brasil
O documento prevê cooperação em cinco aspectos: pesquisas, testes, desenvolvimento, formação e parcerias comerciais.
Um primeiro ponto abordará as pesquisas entre os dois países nas áreas de “políticas públicas voltadas à agricultura familiar, desenvolvimento agrícola e rural sustentáveis, aumento da produção de alimentos e redução de perdas por meio de mecanização, agroecologia, e agricultura orgânica e inclusiva”.
Outra proposta é a de pesquisa e desenvolvimento em três áreas: mecanização da agricultura familiar, tecnologias relacionadas a bioinsumos e tecnologias no âmbito da agricultura digital.
Em terceiro lugar, o memorando prevê ampliar as experiências já desenvolvidas de unidades demonstrativas entre China e Brasil em Apodi, no estado do Rio Grande do Norte, e da Fazenda da Agricultura Familiar Moderna em Brasília (Fazenda Brasília). Ambos os projetos foram desenvolvidos em uma parceria entre a Associação Internacional para a Cooperação Popular (Baobab) e a Universidade Agrícola da China, em articulação com o Consórcio Nordeste (em Apodi) e com a Universidade de Brasília (na Fazenda Brasília).
O governo brasileiro se comprometeu a avaliar a possibilidade de incorporar essas unidades demonstrativas aos programas de Assistência Técnica e Extensão Rural. Também será avaliada a possibilidade de transformar esses projetos em “centros educacionais voltados a jovens e adultos, incluindo mulheres e meninas”.
O treinamento e intercâmbio de pessoal científico e de pesquisa é um quarto objetivo. Por último está a busca de instalação de fábricas: empresas chinesas de maquinário agrícola serão incentivadas a expandir seus negócios no Brasil, com a opção de fazer joint ventures com empresas brasileiras.
O memorando entrou em vigor nesta terça e terá um prazo de validade de 5 anos.