O município de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, já sente a mudança gerada após um pouco mais de um mês depois da redução das tarifas das barcas nas linhas Arariboia e Charitas. Levantamento da prefeitura aponta que, entre a primeira semana do mês de março e o mesmo período de abril, houve uma redução de cerca de seis mil veículos nas ruas semanalmente, considerando-se a contagem de veículos no trecho da Avenida Quintino Bocaiúva, em Charitas.
As reduções nos valores das passagens ocorreram após a troca da concessão do sistema aquaviário, que passou a ser operado, desde fevereiro deste ano, pelo Consórcio Barcas Rio. No dia 6 de março, a tarifa da linha Praça 15 – Charitas foi de R$ 21 para R$ 7,70, por conta de um convênio entre a Secretaria Estadual de Transporte e Mobilidade Urbana e a Prefeitura de Niterói. Já no dia 24 de março, o governo do estado anunciou a redução do valor da linha Arariboia – Praça 15 de R$ 7,70 para R$ 4,70.
O prefeito Rodrigo Neves (PDT) ressaltou ao Brasil de Fato que o subsídio do município para a redução da tarifa da linha Charitas–Praça 15 é um investimento para a qualidade de vida das pessoas.
“Quando apresentamos, ainda na campanha eleitoral, a proposta de reduzir a tarifa do Catamarã de Charitas, já tínhamos estudos de viabilidade técnica mostrando que a diminuição do preço da passagem poderia tirar das ruas cerca de 15 mil veículos por mês, além da economia para o usuário e do benefício para o meio ambiente. Agora, as primeiras medições do fluxo de trânsito indicam redução de seis mil veículos por semana, projetando, mensalmente, 24 mil a menos nas ruas de Niterói, muito acima das previsões. Isso só comprova o acerto da medida e reforça o meu compromisso com a qualidade de vida da população da cidade”, destacou o gestor.
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Para Juciano Rodrigues, professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a redução no valor das tarifas traz outros benefícios como a inclusão social e a diminuição da dependência do automóvel.
“[A redução da tarifa] é uma ferramenta muito poderosa não só do ponto de vista da inclusão que você permite que mais pessoas acessem o transporte, mas vejo a tarifa como uma ferramenta para diminuir a dependência do automóvel. Como a gente sabe, nesse contexto de discussão sobre mudanças climáticas, a redução do uso do transporte individual motorizado é um passo fundamental. A diminuição da tarifa é uma discussão incontornável nesse cenário de debate social e de emergência climática”, afirma o pesquisador do Observatório das Metrópoles à reportagem.
Os dados de abril da Secretaria de Transporte Estadual (Setram) apontam que a linha Charitas–Praça 15 registrou uma média diária de 3.190 embarques em dias úteis, um aumento de 57% em relação ao mesmo mês de 2024, quando o número foi de 2.021. Na estação Arariboia, o movimento caiu de 18.736 para 16.193 passageiros por dia no mesmo período. A movimentação da Ponte Rio-Niterói, na comparação com o mesmo período, se manteve estável.