Na manhã desse domingo (18), foi celebrada a missa de 7º dia em memória de Victor Cerqueira Santos Santana, conhecido como Vitinho de Luzia, no distrito de Caraíva, sul da Bahia. Além da cerimônia religiosa, familiares, amigos e moradores organizaram uma ação simbólica de homenagem, com a pintura de camisetas com a imagem de Victor e a frase #VitinhoVive, como forma de manter viva sua memória e reforçar o pedido de justiça.
Victor, jovem negro de 28 anos, era funcionário de uma pousada local e atuava como guia turístico e prestador de serviços gerais. No último dia 10, foi assassinado de forma brutal durante operação policial em Caraíva. A família do rapaz e comunidade do distrito, onde Victor era amplamente conhecido e respeitado, aponta que a principal hipótese é que ele tenha sido “confundido” com outro homem, também apelidado de “Vitinho”, que possuía ficha criminal e mandado de prisão em aberto. O corpo de Victor Cerqueira foi encontrado com múltiplos sinais de tortura e execução.
Justiça por Vitinho
Após manifestações, familiares e moradores iniciaram a campanha “Justiça por Vitinho”, que busca pressionar o poder público para investigar o crime. Por meio das redes sociais e de uma petição virtual, que já conta com mais de 29 mil assinaturas, a comunidade denuncia o abuso de autoridade e racismo institucional, bem como demanda uma série de medidas legais que afetam não apenas o caso, mas o próprio modelo de segurança pública adotado pelo governo estadual.
O caso segue investigado pela Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) também instaurou investigação própria, que corre sob sigilo e é conduzida pela Promotoria de Justiça de Porto Seguro, em atuação conjunta com o Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp).
