O Ministério da Defesa da Rússia anunciou nesta sexta-feira (23) a realização da primeira etapa da maior troca de prisioneiros entre Moscou e Kiev desde o início da guerra. Os dois países concluíram a troca de 390 prisioneiros de cada lado. De acordo com a pasta, 270 militares e 120 civis foram libertados como parte do acordo com a Ucrânia. Eles estão agora em Belarus, onde estão recebendo atendimento médico antes de retornar à Rússia.
“270 militares russos, bem como 120 civis, incluindo civis da região de Kursk capturados pelas Forças Armadas Ucranianas, retornaram à Rússia como parte da troca”, informou o ministério.
Do lado ucraniano, o presidente Volodymyr Zelensky anunciou o retorno de 390 ucranianos e vinculou isso diretamente aos acordos de Istambul. Segundo ele, a troca continuará neste sábado e no domingo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, também comentou a realização bem sucedida da primeira etapa do acordo e parabenizou a Rússia e a Ucrânia pela implementação dos acordos. “Parabenizo ambos os lados por essas negociações. Será que isso pode levar a algo mais?”, escreveu Trump na rede social Truth Social.
O acordo sobre a troca de prisioneiros foi acertado durante a retomada das negociações diretas entre Rússia e Ucrânia, em Istambul, em 16 de maio. As partes acordaram em realizar uma troca de 1.000 prisioneiros de cada lado no total. As próximas etapas da troca continuarão nos próximos dias.
Também em Istambul, as partes ficaram de dar continuidade sobre o diálogo de resolução do conflito e apresentar detalhadamente suas visões de como encerrar o conflito.
Nesta sexta-feira, após o início do processo de troca de prisioneiros de guerra, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, declarou que a Rússia irá entregar à Ucrânia o rascunho do documento com a proposta de resolução do conflito ucraniano assim que a troca de prisioneiros entre os dois países for concluída.
“Estamos trabalhando ativamente na segunda parte dos acordos [de Istambul], que prevê a preparação de um projeto de documento por cada uma das partes delineando as condições para alcançar um acordo de solução sustentável, de longo prazo e abrangente”, disse Lavrov.
Além disso, a Rússia está preparando um “memorando separado sobre um futuro tratado de paz”. Isto foi mencionado pela primeira vez pelo presidente russo, Vladimir Putin, após uma conversa com o presidente dos EUA, Donald Trump, em 19 de maio. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, enfatizou que a lista de condições e o memorando são dois documentos diferentes.