Nesta quinta-feira (29), ocorre em Brasília a Marcha pela Libertação dos Prisioneiros Saarauís, um ato em solidariedade ao povo do Saara Ocidental, território africano ocupado pelo Marrocos desde 1975. A manifestação está marcada para às 16h, com concentração na Catedral de Brasília e caminhada até o Ministério das Relações Exteriores, onde será entregue um documento com reivindicações ao governo brasileiro.
Organizações de direitos humanos, movimentos sociais, sindicatos e ativistas participarão do ato, que denuncia a repressão imposta pelo Estado marroquino aos cidadãos saarauís e pede o reconhecimento do direito à autodeterminação dessa população, conforme previsto pelo Direito Internacional.
De acordo com os organizadores, um dos principais objetivos da mobilização, é articular internacionalmente a luta do povo Saaraui, que enfrenta uma repressão por parte de Marrocos, que atualmente mantém 43 presos políticos. As organizações da sociedade civil denunciam violações de direitos humanos como condições desumanas, torturas e detenções arbitrárias.
“O objetivo principal da marcha é mobilizar a comunidade internacional para a libertação dos prisioneros políticos saarauis que foram levados à prisão com mentiras, em um julgamento ilegal”, afirma o diplomata Saaraui Ahmed Mulay Ali Hamadi.
Além disso, há um apelo para que a Organização das Nações Unidas (ONU), atue de forma concreta no território e crie a implementação de mecanismos de monitoramento dos direitos humanos no Saara Ocidental e a imposição de sanções a Marrocos, até que este país respeite o direito internacional.
O documento a ser entregue ao Itamaraty pede que o governo brasileiro se posicione publicamente a favor do direito do povo saaraui à liberdade e à independência, e dialogue com o Marrocos pelo fim das violações aos direitos humanos no território ocupado.
Saara Ocidental
O Saara Ocidental é considerado pela ONU um território não autônomo, e sua anexação pelo Marrocos nunca foi reconhecida pela comunidade internacional. O conflito, que se estende por quase 50 anos, resultou na criação da República Árabe Saaraui Democrática (RASD), proclamada pelo movimento de libertação Frente Polisário, que reivindica a independência do território.
