No início da tarde desta quarta-feira (28), centenas de adolescentes participam de caminhada, no Recife, pedindo políticas públicas de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes. O objetivo é chamar atenção da sociedade e das autoridades para este tema. O grupo tem saída prevista para as 14 horas, do Parque Treze de Maio, na Boa Vista, em caminhada de pouco mais de um quilômetro até o Pátio do Carmo, no bairro de Santo Antônio. Também participam da caminhada os profissionais e técnicos que atuam na área.
Região metropolitana do Recife tem média de 3 crianças e adolescentes baleados por semana em 2025
O ato político é alusivo ao dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate aos Abusos e Explorações contra a População Infantojuvenil. No Brasil, foram registrados 11.692 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes só em 2024, o que resulta em uma média de 32 por dia. Mas estima-se que eles correspondem a menos da metade dos números reais. Especialistas consideram que a sensibilização sobre o tema é fundamental para que casos de violência do tipo sejam entendidos como tais, interrompidos, notificados e denunciados.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) identificou pelo menos 812 pontos de risco para a exploração sexual infantojuvenil nas estradas de Pernambuco, com atenção especial para postos de combustível e bares. Mas a maioria dos casos acontece dentro de casa. As entidades da sociedade civil que compõem a Rede de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes afirmam que um grande desafio é a tolerância da sociedade diante destes abusos. “Há uma tendência de culpar a vítima, e há conivência de quem deveria defender e proteger as crianças e adolescentes”, diz o comunicado enviado à imprensa.
As entidades consideram que a solução passa por uma série de ações articuladas entre si, envolvendo poder público, serviços de educação, saúde e assistência social, famílias e outros atores sociais, visando trazer o tema à tona, permitir que as crianças e adolescentes entendam quando estiverem em risco e que tenham espaços seguros para denunciarem.
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