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DEGRADAÇÃO

Agrotóxico cancerígeno e mercúrio na água: pesquisadores da UnB são ouvidos na CPI do Rio Melchior

Além da presença de metais pesados acima do permitido, professores reiteraram falta de transparência do GDF

30.maio.2025 às 16h06
Brasília (DF)
Bianca Feifel
Agrotóxico cancerígeno e mercúrio na água: pesquisadores da UnB são ouvidos na CPI do Rio Melchior

"Rio Melchior é como um paciente na UTI, deve ser monitorado", afirma professor durante CPI - Foto: Ângelo Pignaton/ Agência CLDF

Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), responsáveis por estudos sobre a situação do Rio Melchior, foram ouvidos nesta quinta-feira (29) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as causas e responsabilidades pela poluição do manancial, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

Os professores alertaram para a intensa degradação do rio e destacaram, como já feito por outros especialistas ouvidos pela comissão, a falta de transparência de órgãos ambientais do DF na divulgação de dados. “Esse rio deveria ser tratado como um paciente na UTI, com monitoramento constante. Hoje esse monitoramento é feito pela Adasa [Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF], mas ela não entrega esses parâmetros pra gente”, afirmou o doutor e pesquisador do Departamento de Ecologia da UnB José Francisco Gonçalves Júnior, ao apontar que os dados públicos mais recentes sobre a presença metais pesados nas águas do Melchior são de 2023.

Gonçalves apresentou um relatório sobre a análise de amostras do rio coletadas entre 2018 e 2023. O estudo aponta níveis elevados de turbidez, condutividade elétrica e concentrações acima do permitido de metais pesados como cobre, zinco e ferro, nas águas do rio. A pesquisa também encontrou substâncias químicas como fósforo, nitrito, nitrato e amônia em quantidades acima dos limites legais estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

Um dos achados mais graves foi a presença de glifosato no manancial, um componente de agrotóxicos associado ao risco de desenvolvimento de diferentes tipos de câncer. Segundo o professor, em um dos poços estudados, que é utilizado por uma parte da população local, a concentração da substância cancerígena foi encontrada em níveis três vezes maiores do que o máximo permitido. “Isso pode ser um dos parâmetros que esteja adoecendo aquela população, porque eles estão usando essa água. E nós vimos realmente uma população muito carente, que precisa de auxílio”, avaliou Gonçalves.

O professor também criticou os critérios utilizados pela Adasa para aferir a qualidade da água no DF. Para ele, os indicadores são insuficientes e deixam de abordar parâmetros essenciais, como o nível de carbono presente nos corpos hídricos. “É uma forma de mascarar a real situação dos nossos rios”, avaliou. O pesquisador relatou ainda estar sendo alvo de assédio moral por parte da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), que teria enviado um comunicado à reitoria da UnB criticando declarações feitas por ele sobre a morte de peixes no Lago Paranoá.

“Fica claro que os órgãos se omitem ao não deixar os dados públicos, a dificultar o acesso. Desde 2022, a Adasa se recusa a participar do Conselho de Recursos Hídricos. Isso porque eles não querem que as coisas avancem, querem que continuem do jeito como está”, criticou.

Mercúrio: ameaça silenciosa à saúde pública

Já o professor do Departamento de Engenharia Civil Ambiental da UnB José Vicente Elias Bernard apresentou estudos sobre a presença de mercúrio no Rio Melchior e no ar da região. Ele alertou que o contato com esse metal pode provocar danos neurológicos, problemas renais e comprometimento no desenvolvimento de crianças.

Bernard também associou o mercúrio à ocorrência de tumores cerebrais, defendendo a necessidade urgente de atualizar a legislação para distinguir e regulamentar de forma mais restritiva o metilmercúrio, forma orgânica altamente tóxica do metal, que se acumula no meio ambiente. “A tecnologia para retirar o mercúrio já existe. O que falta é investimento em pesquisa e não sacrificar o corpo hídrico”, pontuou.

Ele colocou sua equipe à disposição da CPI para realizar uma avaliação direta da qualidade do lençol freático na região, diante de indícios de contaminação que podem afetar populações mesmo sem contato direto com o rio.

Falta gestão

Professor do Departamento de Engenharia Ambiental da UnB, Ricardo Tezini Minoti alertou que discutir a qualidade da água é importante, mas também é necessário olhar para outros aspectos que impactam os recursos hídricos, como o uso do território e as condições sociais.

“A gestão das águas, que é feita por uma parte dos órgãos, só cuida do corpo aquático. E muitas vezes se omite de olhar para o resto. Temos que pensar em gestão ambiental, em política de saneamento, em gestão do território. É mais complexo que olhar apenas a bacia hídrica”, destacou.

Próximos passos

Participaram da reunião desta quinta-feira (29) apenas a presidenta da CPI, Paula Belmonte (Cidadania), e o deputado distrital Gabriel Magno (PT).

Como encaminhamentos, a presidenta destacou que a comissão vai formalizar pedidos de informações aos órgãos ambientais sobre os dados que, segundo os pesquisadores, estão sendo negligenciados. Já Magno propôs a criação de um fundo de recursos hídricos para financiar pesquisas sobre a qualidade das águas do DF e sugeriu que a comissão questione formalmente a Adasa sobre a não disponibilização das informações solicitadas pela UnB.

Após visitar, na semana passada, o Aterro Sanitário de Brasília, que lança chorume tratado no Rio Melchior, a comissão visitará, na próxima quinta-feira (5), a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Samambaia, que também lança efluentes no corpo d’água. Antes, na quarta-feira (4), Belmonte fará um sobrevoo na área do rio, acompanhada pela Polícia Civil do DF (PCDF).

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Editado por: Flavia Quirino
Tags: distrito federal
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