Apesar do anúncio de que os afastamentos de diretores de escolas municipais seriam revistos, a mobilização das comunidades escolares continua em São Paulo. Nesta quinta-feira (30), novos atos estão sendo organizados em diferentes regiões da cidade, segundo João Gabriel Guimarães, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep).
Ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, Guimarães afirma que o recuo da gestão Ricardo Nunes (MDB) não deve ser visto como uma simples mudança de posição do prefeito, mas como resultado direto da mobilização popular. “Nós avaliamos que não foi um recuo. O que teve foi um processo extraordinário de mobilização das comunidades escolares, que demonstrou o poder e o potencial da articulação das escolas com os seus territórios”, destaca.
Na quarta-feira (28), representantes do Sindsep e da Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo (Aprofem) se reuniram com a Secretaria Municipal de Educação para cobrar que a autonomia das escolas seja respeitada. “Colocamos a importância de que a secretaria precisa avaliar e compreender o impacto gravíssimo que essa medida causou na saúde mental dos trabalhadores, nas crianças, nos alunos e seus pais”, indica Guimarães.
Além da questão dos afastamentos, o movimento atual também denuncia outros problemas enfrentados pelas escolas municipais. Entre eles, está a situação das trabalhadoras terceirizadas da limpeza, que ficaram sem salário e benefícios. “A maior parte dessas trabalhadoras que lideraram paralisações foram demitidas. Vivemos uma situação dramática”, denuncia o dirigente sindical.
Guimarães também apontou a necessidade de mais investimentos na rede municipal, como ampliação do módulo escolar, contratação de profissionais e redução do número de alunos por sala. “Há um conjunto de pautas que estão sendo absolutamente negligenciadas pelo governo Ricardo Nunes e que, nesse momento, a comunidade está abraçando.”
Nesta sexta (30), há atos organizados em escolas como a do Jardim Camargo Novo, na região da Penha, e manifestações espontâneas em outras comunidades, como Paraisópolis, Heliópolis e Tiquatira. “Eu não tenho dúvida que esse movimento veio para ficar e vai se fortalecer”, conclui.
Para ouvir e assistir
O BdF Entrevista vai ao ar de segunda a sexta-feira, sempre às 21h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo. No YouTube do Brasil de Fato o programa é veiculado às 19h.