Protesto na capital boliviana, La Paz, para exigir o registro da candidatura presidencial do ex-presidente boliviano Evo Morales — impedido de concorrer pela Justiça — terminou com pelo menos 20 pessoas detidas nesta quinta-feira (29). Os apoiadores de Morales, de 65 anos, lançaram pedras e rojões contra os policiais, que responderam com gás lacrimogêneo, segundo imagens divulgadas pela imprensa local.
Os manifestantes pressionam há vários dias o órgão eleitoral em La Paz para que aceite a participação do líder indígena nas eleições previstas para agosto, apesar de a Justiça ter determinado que ele não pode disputar um novo mandato e o prazo de inscrições ter se encerrado em 19 de maio.
Os confrontos começaram depois que uma representante do Partido de Ação Nacional Boliviano (Pan-Bol), que promove a candidatura de Morales, foi impedida de entrar no Tribunal Supremo Eleitoral para apresentar sua lista de candidatos.
O Pan-Bol não conseguiu registrar a candidatura do ex-presidente a tempo por meio da plataforma digital criada para esse fim, mas insiste que enviou a solicitação dentro do prazo via e-mail.
O Tribunal Supremo Eleitoral considera que a candidatura não foi formalmente apresentada.
Morales, que governou a Bolívia por três mandatos consecutivos entre 2006 e 2019, também está legalmente impedido de se candidatar novamente. Uma decisão judicial de 2023 determinou que nenhum cidadão pode exercer a presidência por mais de duas vezes.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou no último dia 13 que não vai concorrer à reeleição em 2025 em meio à uma acirrada disputa que rachou a esquerda boliviana. O mandatário disse que não quer ser um “fator de divisão popular”.
*Com AFP