Na madrugada deste sábado (31), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) reforçou uma ocupação em uma área da região portuária do Rio de Janeiro que já reunia aproximadamente 200 famílias. Segundo o Movimento, a área pertence ao Jornal do Brasil e à Docas S.A e estava abandonada havia mais de duas décadas.
Ao longo do dia, integrantes do MTST farão um mutirão de limpeza no terreno, preparando a área para organizar as moradias e uma cozinha comunitária.
“Está é uma ocupação que já tem alguns dias e hoje nós estamos no processo de consolidação, garantindo mais estrutura para as famílias”, explica Gabriel Siqueira, Coordenador Nacional do MTST.
O terreno está inserido na região que integra o projeto Porto Maravilha, que desde antes Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 começou a receber investimentos públicos que seriam para revitalização da área. Fazem parte deste projeto, por exemplo, o Museu do Amanhã. Os bairros que pertencem à região são Caju, Gamboa, Saúde, Santo Cristo e parte do Centro da cidade.

No entanto, o MTST reivindica que o poder público não está cumprindo com a contrapartida acertada de oferecer moradia popular para a população.
“Até hoje não tem empreendimento do Minha Casa Minha Vida (faixa 1) aqui no centro, não tem moradia de interesse social, prometeram 20 mil moradias e, nesses 15 anos, fizeram 15 unidades”, continua Siqueira.
“As famílias estão reivindicando o direito de morar no centro, inclusive, esse é o nosso mote é o povo no centro de novo”, finaliza.
O Movimento reivindica 250 unidades habitacionais de interesse social. Lideranças vão seguir prestando auxílio às famílias que realizam a ocupação – cujo nome será decidido posteriormente em assembleia com os moradores -, inclusive caso surjam tentativas de despejo.
“O Eduardo Paes tem a casa dele, a cama dele, o emprego dele, mas pro povo ele dá duas opções: ou arranca o emprego pela força, ou impede o trabalho tirando as possibilidades pra isso. Tem pessoas desempregadas na Baixada Fluminense porque o emprego está aqui no centro”, afirma Raquel Lucena, Secretária da Associação de Moradores da Ocupação Deus nos Abençoe e líder do MTST.
A prefeitura do RJ foi procurada e o espaço segue aberto para manifestações.