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Fé e cultura

Tradição nordestina: Barbalha celebra a 97ª edição do Pau da Bandeira de Santo Antônio

Festa popular abre oficialmente os festejos juninos, reunindo cultura, fé e milhares de fiéis no Cariri cearense

31.maio.2025 às 08h45
Juazeiro do Norte (CE)
Geovanni Carvalho
Tradição nordestina: Barbalha celebra a 97ª edição do Pau da Bandeira de Santo Antônio

Entre 30 de maio e 13 de junho, missas, shows artísticos e apresentações culturais acontecem no Centro Histórico da cidade. Foto: Geovanni Carvalho

A tradicional e tão conhecida Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio de Barbalha está prestes a começar, e o município de Barbalha, localizado na região do Cariri, a 506,5 km de Fortaleza, deve viver mais uma vez a emoção da maior tradição do povo caririense. Com programação que reúne artistas locais e nacionais, como a cantora Joelma e as bandas Bonde do Brasil e Seu Desejo, os festejos acontecem até o próximo dia 13 de junho, data em que é celebrado Santo Antônio, padroeiro da cidade e conhecido como o santo casamenteiro.

Realizada pela primeira vez em 1928, os festejos juninos de Santo Antônio estão próximos de completar um centenário, chegando à sua 97ª edição, reunindo cultura, fé e tradição, e levando milhares de fiéis a ocuparem as ruas de Barbalha. A festa, conhecida nacionalmente, conta ainda com o reconhecimento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que a tornou um Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira.

Valmir Rodrigues, historiador, professor e um dos carregadores do Pau da Bandeira de Santo Antônio, destaca que fazer parte do cortejo enquanto um dos carregadores o faz pertencer à cidade, à cultura e à tradição de seu povo. “Eu me sinto representando a força, a devoção daqueles que acreditam em Santo Antônio. Muitos carregadores ficam ansiosos o ano inteiro, pensando nesse momento, e acaba se tornando um momento de muita emoção; muitos carregadores acabam chorando ali”, aponta. Rodrigues confessa que o cortejo representa também a memória de antigos carregadores que participaram da tradição e que já não estão mais no mundo.

Aos 22 anos de idade, Lara Ribeiro revela que, apesar de nascida em Barbalha e viver em Juazeiro do Norte toda a vida, nunca presenciou a festa e afirma que, este ano, deve conhecer pela primeira vez. “Eu nunca tive a oportunidade de ir ao Pau da Bandeira, muitas vezes por não estar na cidade na época da festa. Eu sempre ouvi falar sobre a importância cultural que ela tem para a região, e acho muito importante prestigiar nossa cultura local. Sempre tive o interesse de ir e, como este ano vou estar na cidade, me programei para ir”, promete. 

Para o BdF Ceará, Ribeiro ressalta as altas expectativas em prestigiar a festa popular: “Sei que é uma festa linda, cheia de cultura e tradição. É muito significante e especial poder ir pela primeira vez para uma festa tão simbólica como essa”, descreve.

Carregamento do Pau da Bandeira de Santo Antônio. Foto: Mauricio Albano

Professor de Educação Física na rede municipal de ensino em Barbalha, Antônio Roberto, conhecido como Roberto Maguila, atua como carregador do Pau da Bandeira desde os 10 anos de idade. Hoje, aos 55 anos, Maguila revela que a festa representa para si muita fé e alegria, principalmente por chegar à sua 97ª edição e por ser uma celebração passada de geração para geração. Maguila celebra ainda a grande devoção que tem pelo santo e a felicidade em carregar o nome do padroeiro como seu primeiro nome.

A atendente de telemarketing e moradora de Barbalha, Vanessa Ferreira, conta sua trajetória com a festa e revela que, desde os 15 anos de idade, acompanha anualmente as celebrações que homenageiam o padroeiro. “Assim como todo ano, eu estou muito entusiasmada para o Pau da Bandeira, com ótimas expectativas e ansiosa para que chegue logo domingo”, relata. Além da espera pelo grande dia, Ferreira ressalta a importância da festa para a cidade e para os barbalhenses, uma vez que ela se tornou uma grande tradição cultural, impactando positivamente a economia local e o desenvolvimento da cidade.

A marca da emoção

Não é à toa que Santo Antônio é conhecido como santo casamenteiro, tampouco que as suas simpatias não tenham credibilidade ou devam ser desconsideradas. Um exemplo é o de Ferreira, que conheceu seu noivo durante as festividades de Santo Antônio em Barbalha. “Por volta do sexto ano que já participava do Pau da Bandeira, conheci a pessoa com quem estou até hoje, meu noivo, e foi por meio das preces a Santo Antônio, tomando o chá da casca do pau. Desde então, já temos três anos juntos”, conta.

Ribeiro salienta a ligação especial que possui com a cidade e a festa, apesar de nunca ter ido. Por ter nascido em Barbalha, a jovem aponta que cresceu ouvindo histórias sobre as festividades juninas que aconteciam durante as celebrações de Santo Antônio, desenvolvendo um vínculo sentimental com elas, já que as histórias também perpassam a trajetória do povo barbalhense e sua importância para a cultura local. “Para mim, participar da festa do Pau da Bandeira significa honrar as raízes do lugar onde nasci e do qual tenho tanto orgulho”, disse.

Por outro lado, Maguila e Rodrigues dividem histórias de felicidade e tristeza com a festa do santo. O educador, por exemplo, conta que, logo após o hasteamento do mastro, em uma das edições da festa, recebeu a notícia de que sua esposa estava no hospital se preparando para o nascimento de sua primeira filha, hoje com 25 anos de idade. Outro momento marcante para Maguila foi o nascimento de sua neta Manuela, ocorrido há sete anos, no dia da festa do Pau da Bandeira. “O aniversário da minha filha foi dois dias atrás e o da minha neta há três dias, e esses dois momentos eu sempre levarei comigo, para a vida toda”, assegurou.

Na contramão da felicidade que toma conta dos festejos, a dor e a angústia tomaram conta do peito de Maguila e Rodrigues, que tiveram de se despedir de um amigo durante o cortejo do Pau da Bandeira em 2015. De acordo com ambos, Cícero Ricardo, conhecido entre os amigos e demais carregadores como Careca, foi vítima da queda do Pau da Bandeira durante o cortejo. “Ele era um carregador experiente e foi uma grande fatalidade. O mastro vinha no ombro dele e, quando caiu, foi pegando o ombro e não deu tempo de ele sair, e acabou caindo por cima dele. Foi um momento muito difícil para todos nós que estávamos ali e não esperávamos acontecer algo tão triste”, descreveu Maguila.

Rodrigues também conta sobre a perda do amigo e revela que estava próximo de Careca quando tudo aconteceu. “Eu estava do outro lado dele, era a terceira pessoa do outro lado, e eu presenciei aquele momento que se tornou muito marcante na minha vida como carregador do Pau da Bandeira”, afirma. O historiador ressalta ainda que, até hoje, os carregadores que presenciaram o acidente trazem na memória a vida de Careca. O caso se tornou conhecido e, desde então, ambos afirmam orientar outros carregadores sobre os riscos, sobretudo os mais novos, que iniciam a jornada de fé e devoção como carregadores do mastro.

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De geração em geração, a fé inabalada

Aos 46 anos de idade, a história de Rodrigues e dos festejos juninos de Santo Antônio se cruzam ainda durante sua infância. Filho de um carregador do Pau da Bandeira, Rodrigues conta que seu pai trabalhou na festa dos anos 1970 a meados da década de 1990, posto que logo lhe foi passado no ano seguinte. A tradição da família, no entanto, é ainda mais antiga e tem início com o avô de Rodrigues, chamado Alcides José.

Músico fundador da Banda Filarmônica São José, onde tocou por quase 50 anos, Alcides José foi também, por muitos anos, responsável pela construção da barraca da paróquia, usada como ponto de apoio para o leilão, conhecida também como a Barraca de Santo Antônio. De acordo com seu neto, em 1997, no dia do encerramento da trezena do santo padroeiro, José se preparou para se apresentar na festa, como fazia nos anos anteriores, dessa vez, porém, passando por um momento de debilitação pelo envelhecimento e por um adoecimento recente.

Apresentação da Banda Filarmônica durante o desfile cívico em Barbalha na década de 70. Foto: Divulgação

“Ele me acordou de manhãzinha cedo e perguntou pela palheta, e eu respondi que não sabia onde estava. Muito devoto de Santo Antônio, ele procurou o instrumento e desceu para o alojamento da banda. Quando chegou lá, os meninos da banda falaram que ele estava proibido de tocar, e ele disse: ‘Eu nunca deixei de tocar na vida uma missa de Santo Antônio’, que era a missa do dia 13 de junho”, conta Rodrigues.

Mesmo sendo proibido de tocar em decorrência da idade avançada, José não se limitou e se recusou a ficar de fora da apresentação de encerramento. Logo, organizou o restante dos músicos para o show e seguiu marchando junto de toda a banda que tinha como destino final a Igreja Matriz de Barbalha. Segundo o relato de Rodrigues, logo que a banda chegou ao lado da igreja, Alcides veio a falecer, enquanto tocava animado sua última canção em homenagem a Santo Antônio. “Meu avô morreu tocando no último dia da trezena, na missa de encerramento de Santo Antônio, e por ele ser muito devoto e nunca ter perdido uma missa, ficou marcado na história”, encerrou.

Por ter acompanhado o avô ao longo das várias edições da tradicional festa popular e religiosa, até seu último minuto de vida, quando presenciou o falecimento, Rodrigues construiu sua fé e devoção pelo padroeiro da cidade e, desde então, tem dado continuidade ao legado de outras gerações de sua família. Hoje, Rodrigues já tem 29 anos de atuação enquanto carregador do Pau da Bandeira.

Compromisso ambiental

A Festa de Santo Antônio em Barbalha, além de ser um grande evento cultural que reúne arte e religião, também se destaca por seu compromisso com o meio ambiente. Em nota lançada nas redes sociais, a prefeitura anunciou o replantio de mudas nativas como parte do processo de celebração, reafirmando o compromisso da gestão municipal com a sustentabilidade e preservação da natureza.

Nas redes sociais, o prefeito Guilherme Saraiva (PT) destacou que a cerimônia de plantio das mudas representa o compromisso com o patrimônio imaterial do povo barbalhense. “Cada etapa da Festa de Santo Antônio é uma celebração da nossa história, fé e identidade cultural. O corte do Pau da Bandeira é um momento aguardado com emoção por todos, e fazemos questão de preservá-lo com todo o respeito ao meio ambiente e o cuidado que a nossa tradição merece”, afirmou.

A nota lançada nas redes sociais da prefeitura salienta ainda que tanto o corte da árvore quanto o plantio das novas espécies são feitos mediante acompanhamento técnico de órgãos ambientais e em áreas previamente mapeadas.

Programação

Oficialmente, a programação da festa de Santo Antônio tem início nesta sexta-feira (30), com a tradicional missa de abertura do Padre Monteiro, a partir das 20h, no Largo da Matriz. A noite conta ainda com show da banda Toca do Vale, no Largo do Rosário.

Após o corte, a árvore permanece na mata, na chamada cama do pau, onde perde líquido e fica mais leve até o dia do carregamento e hasteamento da bandeira do padroeiro. Foto: Prefeitura de Barbalha

A programação, no entanto, foi marcada simbolicamente pela cerimônia de corte do Pau da Bandeira, em 16 de maio, no Sítio Flores, zona rural do município. Este ano, o tronco usado é um jatobá, com aproximadamente 23 metros de comprimento e 1,15 metro de perímetro. 

Sexta-feira | 30 de maio

Toca do Vale

Horário: a partir das 17 horas

Onde: Largo do Rosário

Missa com Padre Monteiro

Horário: a partir das 20 horas

Onde: Largo da Matriz

Sábado | 31 de maio

Noite das Solteironas com Fábio Carneirinho e Luiz Fideles

Horário: a partir das 20h30min

Onde: Largo da Matriz

Domingo | 1º de junho

5h – Alvorada festiva

9h – Missa da benção da bandeira

11h – Cortejo folclórico pelas ruas da cidade

12h – Início do carregamento do pau da bandeira

15h – Shows artísticos e apresentações culturais no Centro Histórico de Barbalha

Shows confirmados até o momento:

Largo da Matriz: Leonardo de Luna, Aroldinho

Palco da Estação: Dorgival Dantas, Falamansa, Maninho e Banda,

Palco do Rosário: Flávio José, Ítalo Queiroz, Flávio Leandro

Palco Marco Zero: Elba Ramalho, Waldonys, Joãozinho do Exu

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