Desde 2014, o governo federal gastou ao menos R$ 3,5 bilhões em viagens oficiais de servidores com dados mantidos sob sigilo. A gestão de Jair Bolsonaro (PL) foi a que atingiu o maior percentual de viagens com nomes e cargos ocultos: 16% do total. O sigilo bolsonarista cobriu destinos, funções e justificativas dos deslocamentos.
O levantamento, feito pelo jornal Folha de S.Paulo com base nos registros do Portal da Transparência, revela que quase R$ 2,8 bilhões foram gastos em diárias pagas a profissionais não identificados — e outros R$ 712 milhões com passagens. A Lei de Acesso à Informação prevê o sigilo apenas em casos excepcionais.
O sigilo também foi registrado nas gestões de Dilma Rousseff (12%), Michel Temer (11%) e Lula (15% até abril de 2025). As explicações oficiais recorrem à segurança institucional e à natureza investigativa de algumas funções.
Ao jornal paulista, o governo Lula afirma seguir critérios legais para ocultar informações sensíveis, como deslocamentos da comitiva presidencial. Em nota, a Presidência da República afirma que informações que podem comprometer a segurança do presidente são colocadas como reservada.