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MEMÓRIA

Casa do Jornalista de Minas Gerais: 60 anos de lutas e resistência

Símbolo da resistência contra a censura, espaço completa 6 décadas e inicia processo de revitalização

03.jun.2025 às 16h46
Belo Horizonte (MG)
João Victor Plá
Casa do Jornalista de Minas Gerais: 60 anos de lutas e resistência

- Foto: Casa do Jornalista/Reprodução

Há quase 60 anos, no dia 18 de outubro de 1965, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) recebia a concessão do terreno onde hoje é localizada a Casa do Jornalista de Minas Gerais. Sendo inaugurado no ano seguinte, o espaço foi palco de lutas contra a ditadura, discussões importantes e batalhas por direitos sociais. Hoje, a casa passa por um processo de reestruturação, após os cortes sofridos pelos sindicatos com a Reforma Trabalhista de 2017. 

Criada  durante a ditadura militar, em um momento da história em que jornalistas eram vistos como inimigos, a Casa do Jornalista foi um importante espaço para a luta pelo fim do regime. É o que diz Lina Rocha, presidenta do SJPMG, em entrevista ao Brasil de Fato MG.

“O Sindicato dos Jornalistas de Minas foi um dos principais pontos de encontro daqueles que lutaram bravamente pelo fim da ditadura, da violência do Estado, e contra a censura, em Belo Horizonte”, afirma.

História

Para contar a história da Casa do Jornalista, é necessário se aprofundar primeiro na história do SJPMG, que completa 80 anos de existência também neste ano. 

Foi no dia 6 de setembro de 1945 que o Ministério do Trabalho concedeu a carta sindical para a fundação do sindicato, que tinha como sede o edifício Mariana, localizado na avenida Afonso Pena, no centro da capital mineira. 

Desde a sua criação, mesmo em meio às opressões promovidas pelo Estado Novo de Getúlio Vargas, o sindicato lutou pela profissionalização da classe jornalística, pelos direitos dos trabalhadores e pela liberdade de imprensa. 

“Nessas quase oito décadas de existência, o SJPMG enfrentou inúmeras batalhas”, conta Rocha. 

Um exemplo foi a greve de 1963, quando 600 jornalistas da capital mineira paralisaram suas atividades nas redações durante uma semana, reivindicando uma equiparação salarial com os jornalistas de São Paulo e do Rio de Janeiro. 

No entanto, além dessas lutas, a necessidade de um espaço próprio crescia cada vez mais.

A Casa da Liberdade

Criada em 1965, um ano após o golpe militar de 1964, a Casa do Jornalista, também chamada de Casa da Liberdade, foi a concretização de um sonho antigo do sindicato. Contudo, a criação do espaço se deu em um momento em que a ditadura militar intervinha nas entidades sindicais, perseguia sindicalistas e transformava o sindicalismo em atividade marginal. 

Por isso, para efetuar a construção da casa, foi elaborada a instituição Casa do Jornalista, intrinsecamente ligada ao sindicato, mas com direções diferentes. “A casa muda a história do SJPMG e se torna inseparável dele, a ponto de os dois se confundirem”, relata a presidenta do sindicato.

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Com isso, no dia 8 de outubro de 1966, a casa é finalmente inaugurada, com o objetivo de fomentar a produção cultural mineira e de incentivar a produção intelectual da categoria de jornalistas de Minas. 

Em seu início, o espaço já mostrava para o que vinha. Em um contexto conturbado, líderes de 14 sindicatos de jornalistas do Brasil, representantes da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) elaboraram a Declaração de Belo Horizonte, um importante documento que se posicionou contra o Projeto de Lei da Imprensa— medida repressiva que restringia a liberdade de expressão e de informação, com o objetivo de os militares controlarem o discurso público. 

Além disso, o documento também protestou contra as perseguições a jornalistas, que aconteciam em todo país.

“Durante todo o período da ditadura militar, a Casa de Jornalista abrigou opositores ao regime e movimentos sociais que denunciavam torturas, prisões e os assassinatos cometidos pelo regime. O SJPMG assumiu o protagonismo político não só denunciando a censura, mas lutando contra todas as arbitrariedades cometidas nessa época dura”, conta Lina Rocha.

Ainda nos anos de chumbo, em abril de 1978 e em junho de 1980, a Casa do Jornalista foi alvo de bombas terroristas, que fizeram estragos no local. 

“[A casa] teve um papel central nesse debate e sofreu as consequências por abrigar esse movimento, sendo alvo de terroristas que lançaram várias bombas, causando estragos na sede da entidade”, comenta Rocha. 

Para Ivan Drummond, jornalista e um dos coordenadores da casa, a resistência contra toda repressão é um dos legados para os jornalistas mineiros. 

“Jogaram uma bomba na porta, queriam calar os jornalistas. Os jornalistas mineiros foram perseguidos pela ditadura e quem lutou contra o tempo todo foi a Casa do Jornalista. Isso é um dos legados que a casa deixa para a categoria”, lembra.

O espaço também teve papel fundamental no período de lutas pelas Diretas Já, quando a categoria se organizou para se manifestar pelas eleições diretas e influenciou multidões para irem às ruas, como em 1984, quando mais de 300 mil pessoas foram para a Praça da Rodoviária se manifestar. 

“A Casa do Jornalista, junto ao sindicato, enfrentou muito essa luta contra a ditadura. Teve papel fundamental no movimento pelas diretas já, pelo fim desse período de obscuridade e de fascismo”, conta Carlos Barroso, presidente da casa.

Ele atenta ainda para a atual ascensão da extrema direita no país e para a necessidade de a categoria jornalística se organizar e estar atenta. 

“Agora, novamente, a gente está sob ameaça do extremismo da extrema direita de caráter fascista, representada pelo bolsonarismo. É uma luta que não para. A luta pela democracia é uma luta constante, diária”, alerta Barroso. 

Vidas marcadas

Ao longo das últimas décadas, a casa também abrigou debates, saraus, exposições e encontros entre jornalistas, artistas e intelectuais. Foi ali que circularam ideias de resistência e também manifestações culturais. É o que conta o presidente da Casa.

“A minha história na Casa do Jornalista começou no início dos anos 1980, quando eu ingressei no jornalismo. Eu vinha de movimentos culturais e comecei a frequentar o sindicato. Propus pautas culturais e, assim, surgiu a primeira mostra de arte dos jornalistas, que reuniu centenas de jornalistas, mostrando poesia, foto, arte, escultura, artes plásticas, projeções e tudo mais”, relembra Carlos Barroso. 

A relação dos jornalistas mineiros com a casa atravessa, inclusive, gerações. É o caso de Ivan Drummond, que teve sua infância marcada por visitas e momentos no sindicato junto com o seu pai. 

“Meu primeiro contato foi por meio do meu pai, que me levava para reuniões. Meu pai, sempre que eu não tinha aula, me levava para fazer matéria. Uma das coisas que ele mais fazia era me levar para a Casa do Jornalista”, diz. 

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O espaço também foi palco do surgimento de outras entidades e movimentos de Minas Gerais e para a recepção de anistiados da ditadura.

“Muitos anistiados chegavam primeiro na nossa casa. O sindicato foi palco do surgimento de outras entidades de classe importantes, como o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE/MG). Muitas outras entidades, na sua formação, se reuniam naquele espaço”, conta Alessandra Mello, jornalista e membro do SJPMG. 

Entretanto, os tempos recentes impuseram novos desafios a essa história de resistência.

Desafios

Desde 2016, com o processo de golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), e com a Reforma Trabalhista de 2017, os sindicatos têm sofrido com precariedades em suas estruturas e dificuldades para se manterem.   

“Assim como os demais sindicatos, nosso maior desafio é a sustentabilidade e novas sindicalizações. O golpe de 2016 fez um estrago gigantesco na estrutura dos sindicatos, impactando diretamente na defesa da categoria”, explica Lina Rocha.

Mesmo com as dificuldades estruturais, as direções sindicais se desdobram para garantir as melhores condições para seus funcionários e sindicalizados. Por essa razão, a Casa do Jornalista está dando início ao processo de revitalização do espaço. 

“O projeto de revitalização da Casa do Jornalista é hoje um de nossos principais objetivos, já que, com isso, pretendemos levantar recursos para modernizar o espaço, atendendo melhor a toda  população”, afirma a presidenta do SJPMG. 

Revitalização

A casa, que hoje passa por problemas de infraestrutura, pretende ainda neste ano, para comemorar os seus 60 anos de existência e os 80 anos do sindicato, renovar suas estruturas, que poderão estar voltadas para atender o público de maneira mais confortável e acessível, dando o valor que o espaço merece, após anos de resistência e lutas. 

“Em 2024, foi aprovado em assembleia um projeto de modernização da sede, elaborado pelo arquiteto Gustavo Pena. A proposta prevê a criação de novos espaços, além de garantir acessibilidade total ao público. A ideia é recuperar a vitalidade da casa”, afirma Barroso. 

Se ontem a casa foi abrigo contra a repressão, hoje, ela se prepara para ser espaço de encontros, cultura e mobilização. 

“Nós vamos fazer, no fim do ano, um grande evento em comemoração aos 60 anos da Casa do Jornalista e aos 80 anos do sindicato. É um trabalho de agregação e de organização que tem que ser feito”, finaliza o presidente da casa.

Editado por: Ana Carolina Vasconcelos
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