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autodeterminação

Em termos duros, líder supremo iraniano rejeita proposta dos EUA para cessar enriquecimento de urânio

Discurso ocorreu em cerimônia do aniversário da morte do aiatolá Khomeini

04.jun.2025 às 10h11
Enviado especial a Teerã (Irã)
Nicolau Soares

Khamenei discursando nesta quarta, com retrato de Khomeini ao fundo - AFP PHOTO / HO / KHAMENEI.IR

O acordo nuclear entre Irã e Estados Unidos parece ter ficado mais distante após o duro discurso do aiatolá Seyyed Ali Khamenei, líder supremo iraniano. Para uma multidão de dezenas de milhares de pessoas, reunidas para a celebração do 36º aniversário da morte do aiatolá Ruholla Musavi Khomeini, patrono da revolução islâmica no país, Khamenei rechaçou as propostas apresentadas pelos Estados Unidos, que exigem que o Irã abandone o enriquecimento de urânio, considerado peça chave na indústria nuclear, um dos passos do país persa para fortalecer a sua independência, termo muito frisado pelo líder.

A resposta de Khamenei foi direta: “Eles não podem fazer droga nenhuma a respeito”, declarou, inflamando a multidão que lotava o Mausoléu de Ruhollah Khomeini, que abriga os restos mortais do religioso, de sua esposa Khadjeh Saqafi e de seu segundo filho, Ahmad, onde seria realizada a cerimônia.

“A proposta (sobre o programa nuclear iraniano) apresentada pelos americanos é 100% contrária ao lema ‘nós podemos'”, declarou o aiatolá Khamenei, em referência aos pilares da Revolução Islâmica de 1979 sobre a independência do país.

Khamenei afirmou em um discurso durante um evento para recordar o 36º aniversário da morte do fundador da República Islâmica, o aiatolá Ruhollah Khomeini, que a independência do país implica “não esperar pela luz verde” dos Estados Unidos.

“Por que interferem na decisão do Irã de proceder ou não com o enriquecimento? Não têm nada a dizer”, expressou Khamenei.

Aos gritos de “Abaixo os EUA” e “Abaixo Israel”, Khamenei também condenou o genocídio promovido pelo regime sionista em Gaza, e afirmou que países, especialmente islâmicos, que insistirem em manter relações com Israel estarão “marcados pela vergonha”. “Uma aliança com o regime sionista não os deixará seguros, porque o regime sionista está desmoronando”, frisou.

O Brasil de Fato esteve presente na cerimônia do aniversário da morte de Khomeini, que não pode ser filmada ou fotografada. Por questões de segurança, todos foram orientados a deixar no hotel câmeras, celulares e outros objetos pessoais. Sabendo que Israel assassinou Ismail Haniyeh, líder político do grupo palestino Hamas, em plena capital iraniana, Teerã, em julho de 2024, e deixou nove pessoas mortas e milhares de feridos no Líbano em setembro do mesmo ano ao explodir, em locais públicos, pagers usados pelo grupo Hezbollah, a precaução não soa exagerada.

A reportagem partiu para o evento às 7h da quarta-feira (4) no horário de Teerã – 1h no horário de Brasília – em ônibus organizados para transportar delegações internacionais. Jornalistas, religiosos, estudiosos e representantes políticos de Rússia, Afeganistão, Turquia, Venezuela e outros países acordaram cedo para acompanhar a fala do líder do país, que representa a maior força militar de resistência à ocupação da Palestina.

Passando pelas arborizadas ruas de Teerã, é possível ver por toda a parte imagens simbólicas de um país marcado pela guerra. Homens mortos nas inúmeras batalhas travadas pelos iranianos desde a revolução islâmica de 1979, tratados como mártires, estão estampados em cartazes, outdoors e pintados em laterais de prédios. Rostos como o do presidente Ebrahim Raisi, morto em um acidente de helicóptero em 2024, do general Qassem Soleimani, assassinado pelos EUA em janeiro de 2020, e muitos outros, menos conhecidos no Ocidente.

Além deles, as duas faces mais presentes são as do líder Khomeini e seu sucessor, Khamenei. Na manhã desta quarta, elas eram quase onipresentes no trajeto até o mausoléu. Bandeiras do Irã e pretas adornavam viadutos, simbolizando o luto por Khomeini.

Após pouco mais de uma hora de viagem, os ônibus chegaram ao mausoléu. O local é enorme. Sua cúpula e suas torres podem ser vistas de muito longe na paisagem plana e seca. Dezenas de veículos chegam ao local, com homens com faixas vermelhas na cabeça, em referência à guerra travada contra o Iraque, entre 1980 e 1988. Mulheres com a veste negra completa, deixando apenas o rosto exposto, levam crianças, algumas vestidas com roupas militares.

Policiais e soldados da Guarda Revolucionária organizam a segurança. Uma primeira revista é feita na entrada. Logo depois, somos orientados a retirar os sapatos e entregá-los em guarda-volumes, junto com qualquer outro objeto – um caderno e uma caneta, no caso da reportagem. Tudo é colocado em um saco plástico lacrado em troca de um ticket com um número em Farsi.

De meias, seguimos para um local onde distribuíam água, suco de caixinha e um bolinho. Dali, uma segunda revista, que dessa vez procurou algo no cabelo crespo com corte afro do repórter. Nada encontrado, seguimos para a entrada.

O templo é belíssimo. Se por fora impressiona pelas dimensões, os mosaicos e padrões coloridos das paredes internas, os lustres gigantescos no teto, tudo é deslumbrante. Ao centro, numa construção menor de tom esverdeado, repousa o corpo de Khomeini.

Khamenei já estava falando em um balcão central quando conseguimos chegar aos nossos lugares e pegar os aparelhos com tradução simultânea para o inglês. Uma multidão o acompanhava: aos olhos, poderiam chegar perto de 100 mil pessoas.

Sua fala parte da religiosidade, tratada como elemento identitário do povo iraniano – ao menos aos olhos do governo construído após a revolução, que construiu no país um Estado religioso. O sucessor do aiatolá que liderou a revolução de 1979 resgata os princípios da revolução islâmica, definidos por Khomeini, líder físico e espiritual dessa revolta bem sucedida de um país periférico contra os interesses das potências ocidentais. Exalta o princípio da independência, que levou o país a construir um complexo militar e industrial de alta tecnologia, com capacidade para construção de drones como o Shahed, fundamental para a Rússia em dado momento da guerra contra a Ucrânia, fabricado pela empresa estatal iraniana Hesa.

“Independência é seguir o próprio caminho, não importa o que digam os EUA, a Europa ou outras nações”, disse Khamenei.

Foi a deixa para entrar no tema do acordo nuclear. Khamenei descreve a importância da pesquisa desenvolvida “por jovens e cientistas iranianos” que levou o país a ser um dos poucos – “menos de dez”, segundo o aiatolá – a dominarem o ciclo completo da indústria nuclear. “E suas aplicações não são apenas para produção de energia limpa e barata”, disse.

“A indústria nuclear é uma indústria-mãe. Muitos campos científicos são afetados por ela. O enriquecimento do urânio é a chave para a questão nuclear, e os inimigos se concentraram no enriquecimento”, completou.

O ponto central da disputa é o enriquecimento do urânio, processo que torna o minério ativo como fonte de energia nuclear. Os EUA querem que o Irã abra mão do direito de realizar esse processo, fazendo com que o país compre o material já enriquecido de outros países – entre eles, os EUA, para evitar o uso militar da energia nuclear.

“A primeira palavra dos EUA é que o Irã não pode ter uma indústria nuclear. Nossa resposta às afirmações sem sentido da América é clara: eles não podem fazer droga nenhuma a respeito”, disse Khamenei, arrancando do público gritos de “Abaixo os EUA”.

Na parte final de sua fala, que durou pouco mais de uma hora, Khamenei trouxe o foco para o genocídio que Israel está cometendo em Gaza. Ele cobrou governos islâmicos para que tomem posição e ajudem a impedí-lo.

“Governos islâmicos hoje têm muitas obrigações em relação à questão palestina. Hoje não é o tempo para polidez, consideração ou neutralidade. Hoje não é o tempo para permanecer em silêncio”, afirmou. “Eles estão matando pessoas com bombas e balas, Quão vil, quão desprezível e maus os humanos podem ser! A América é cúmplice desse crime e deve ser expulsa dessa região”, afirmou, fazendo a plateia se levantar e entoar palavras de ordem.

“Se qualquer governo islâmico apoia o regime sionista de qualquer forma que for, a vergonha eterna certamente permanecerá em suas testas. Governos deveriam saber que confiar no regime sionista não criará segurança para nenhum governo. Ele está colapsando por decreto divino, e se Deus quiser, não se manterá por muito tempo.”

Editado por: Rodrigo Durão Coelho
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