Movimentos populares, sindicatos, partidos políticos e mandatos parlamentares realizaram a primeira plenária no Rio de Janeiro para marcar o lançamento do plebiscito popular, previsto para começar em todo país no dia 1º de julho.
A proposta será ouvir o povo brasileiro sobre temas como a redução da jornada de trabalho, a taxação dos super-ricos e a isenção do Imposto de Renda (IR) até R$ 5 mil por mês. Os temas são considerados centrais para definir o rumo do país e da classe trabalhadora nos próximos anos.
O evento ocorreu no Salão Nobre da Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FND/UFRJ), no centro da cidade, na última segunda-feira (2). A partir do lançamento, a organização do plebiscito pretende dialogar com a população sobre a importância das pautas com plenárias nas principais cidades do estado.
Ao Brasil de Fato, a deputada Marina do MST (PT) explicou que o plebiscito é uma resposta da sociedade civil organizada em defesa de justiça social. “O Plebiscito Popular é um instrumento fundamental para trazer toda a sociedade ao centro do debate e das decisões, extrapolando os limites da esquerda e dialogando com as igrejas, associações de moradores, pequenos comerciantes, lideranças locais”, afirmou.
A parlamentar ressaltou, ainda, a capacidade de mobilização social do plebiscito, sobretudo pela proximidade dos temas com o cotidiano das pessoas. Taxar os super-ricos, o fim da escala 6×1 e a isenção de imposto de renda para os trabalhadores são temas que dialogam com as classes populares.
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“Além de ser uma oportunidade de avançar nas pautas e mudar radicalmente a vida do nosso povo, é ainda um processo de construção capaz de aumentar a musculatura política das organizações, para que elas saiam mais fortes no diálogo com classe trabalhadora. Por isso, o Plebiscito deve ser construído enquanto jornada, como política que se faz no dia a dia, no cotidiano das pessoas”, completou Marina.
O deputado federal Tarcísio Motta (Psol), afirmou no lançamento da iniciativa que são esperados mais de 2 milhões de assinaturas no Rio de Janeiro.
“São duas vitórias possíveis que estão no nosso horizonte, mas isso depende da nossa organização, do nosso empenho, da nossa capacidade de transformar esse plebiscito num processo crescente de mobilização social que vai culminar no 7 de setembro. Temos que construir uma maior quantidade de locais de urnas, de debate, de organização nas praças, nas escolas, nos locais de trabalho, essa é a nossa tarefa”, discursou Motta.
Calendário
A previsão é que a consulta à população comece no dia 1º de julho e se estenda até o feriado da Independência do Brasil, 7 de setembro.
O resultado do plebiscito será entregue a autoridades como o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), o presidente do Senado, David Alcolumbre (União-AP) e o Ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin.
