A vereadora Professora Angela (Psol), de Curitiba (PR), protocolou nesta quarta-feira (4) o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar um suposto esquema de corrupção que envolve o vereador Pier Petruzziello (PP).
Ele está sendo acusado de ter recebido propina para facilitar contratos da empresa Hygea, na área da saúde, com prefeituras da Região Metropolitana. Pier era líder do governo na Câmara Municipal de Curitiba durante a gestão Greca-Pimentel. A denúncia foi publicada pela RPC Paraná.
A informação sobre o esquema de corrupção veio à tona por meio da delação premiada de Gustavo Volpato Mello, ex-sócio do Grupo Hygea, à Divisão de Combate a Corrupção (Decor) da Polícia Civil do Paraná (PC-PR) e ao Ministério Público do Paraná (MP-PR). O empresário disse que pagou propina a Petruzziello em diversos contratos na área da saúde com os municípios de Colombo, São José dos Pinhais e Araucária.
“Esse esquema envolve o vereador Pier, envolve a gestão Greca e Pimentel. E vejam, eu não estou acusando ninguém. Eu estou dizendo que tudo isso precisa ser investigado, inclusive pela Câmara de Curitiba. Então precisam ser apurados fatos de possíveis atos de improbidade administrativa, de corrupção, de tráfico de influência e outros ilícitos. Para isso, nós estamos apresentando um requerimento para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, porque a gente acredita que Curitiba precisa de uma resposta, uma vez que o nosso papel é também de fiscalizar,” disse Angela.
De acordo com o G1 Paraná, o delator afirmou que os pagamentos começaram por volta de 2014, quando ele passou a atuar na área financeira do Grupo Hygea, responsável por contratos com os municípios de Colombo, São José dos Pinhais e Araucária.
Segundo a delação, durante o primeiro mandato de Petruzziello como vereador de Curitiba, teriam ocorrido saques suspeitos relacionados a contratos de licitações com a prefeitura de Colombo. A delação também detalha a existência de outros 11 contratos com a prefeitura de São José dos Pinhais, firmados entre os anos de 2013 e 2015. Há relato de recebimento de dinheiro por um assessor do vereador a época e entrega dos valores em outros locais, configurando indícios de um mecanismo para ocultar o beneficiário final dos recursos ilícitos.
Já no município de Araucária, os contratos com a empresa Hygea teriam ultrapassado a cifra de R$ 25 milhões entre os anos de 2013 e 2015, período em que também teria ocorrido o pagamento de propina ao vereador. Volpato aponta que Petruzziello teria recebido um montante total de R$ 384.784, desviados de contratos vinculados ao fundo municipal de saúde dos respectivos municípios.
Volpato teria também afirmado que Petruzziello teria informado previamente o resultado da seleção do Instituto Nacional de Ciências da Saúde (INCS) para a gestão de uma UPA. “O vereador Pier ligou para avisar ao Thiago [empresário ligado ao grupo] o resultado antes da publicação”, declarou. Questionado se o parlamentar acompanhava pessoalmente o processo, Volpato confirmou que sim.
Para a imprensa, o Pier Petruzziello negou as acusações considerando uma “delação mentirosa e requentada, apresentada há quase 5 anos, com o objetivo de destruir sua reputação”.