Durante visita a Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou, nesta quinta-feira (5), Israel de cometer “genocídio premeditado” na Faixa de Gaza.
“O que está acontecendo em Gaza não é uma guerra, o que está acontecendo em Gaza é um genocídio de um Exército altamente preparado contra mulheres e crianças”, disse Lula para jornalistas. O presidente reforçou a acusação contra Israel em uma entrevista coletiva no Palácio do Eliseu, na qual deixou evidente a diferença de opiniões sobre questões internacionais com seu anfitrião, o presidente francês Emmanuel Macron.
O presidente brasileiro classificou a campanha militar israelense como “um genocídio premeditado de um governante de extrema direita, que está fazendo uma guerra, inclusive contra os interesses do seu próprio povo”, em referência ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Lula também defendeu que a comunidade internacional deve dizer “basta” à campanha militar israelense em Gaza e pontuou que “é triste saber que o mundo se cala diante de um genocídio”.
Ao falar sobre a guerra na Ucrânia, Lula lembrou que o Brasil “tomou posição contra a ocupação do território ucraniano pela Rússia” e “se posicionou contra a guerra”, enfatizando que o país quer “tentar contribuir para a paz”.
Seu homólogo francês respondeu com um pedido para que o invasor e o invadido não sejam igualados. “Há um agressor, a Rússia. Há um agredido, a Ucrânia. Todos nós queremos a paz, mas os dois beligerantes não podem ser tratados de forma igual”, disse o presidente francês, enfatizando que o Brasil tem “um papel muito importante a desempenhar” na busca de uma solução para o conflito.
Lenço palestino
Lula desembarcou na capital francesa na quarta-feira (4) e foi recebido por um grupo de ativistas que o aguardavam na porta do Hotel Intercontinental Le Grand, onde está hospedado. Em determinado momento, o mandatário recebeu de um dos apoiadores um keffiyeh, lenço preto e branco que simboliza a luta palestina. Em seguida, o petista pôs a peça em seu ombro em um gesto de apoio à causa palestina.
“Eu falei ‘Palestina livre’, tirei o lenço na hora, coloquei no ombro dele e ele abriu um sorriso”, contou a Opera Mundi a ativista brasileira Marcia Camargos, protagonista da cena simbólica que repercutiu nos veículos de comunicação.
*Com AFP