O Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou ao Ministério da Justiça a documentação para formalizar o pedido de extradição da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar bolsonarista fugiu do Brasil após ser condenada a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com a ajuda do hacker Walter Delgatti. Ela está na Itália.
Moraes ressalta que Zambelli agiu deliberadamente para escapar da justiça. Segundo o ministro, ela saiu do Brasil com “objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, em razão da proximidade do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão condenatório”. A ação da parlamentar foi realizada cruzando a fronteira com a Argentina, em Foz do Iguaçu, partindo então para Buenos Aires, onde ela conseguiu um voo para Nova Iorque. De lá, ela viajou à Itália.
O ministro do STF também determinou neste sábado (7) o cumprimento imediato da pena de Zambelli, convertendo a prisão preventiva em definitiva. E determinou que o presidente da Câmara, deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), seja notificado sobre a cassação da parlamentar, que é parte da condenação. A bolsonarista teve aprovação da Câmara para uma licença do cargo por 127 dias, para tratar de “interesse particular”.
Na quinta-feira (5), mesmo dia em que chegou a Itália, o nome de Zambelli foi incluído na lista vermelha da Interpol. A medida foi autorizada após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decretar sua prisão preventiva por descumprimento de ordens judiciais.
A lista de difusão vermelha, cuja inclusão da deputada foi solicitada pela Procuradoria Geral da República (PGR) ainda na terça-feira (3), é uma ferramenta que visa localizar e prender uma pessoa considerada foragida. 196 países fazem parte da rede de colaboração da Interpol.
A deputada alega que deixou o Brasil por estar sendo perseguida. Em nota, ela acusou Moraes de agir de forma “monocrática” e disse que levará o caso a fóruns internacionais, afirmando ser vítima de “perseguição política”. A condenação dela foi confirmada em maio deste ano, pelos crimes de invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e inserção de dados falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).