A Rússia e a Ucrânia concluíram a primeira etapa da troca de prisioneiros de guerra, acordada durante as negociações em Istambul em 2 de junho. Militares russos que ainda não completaram 25 anos retornaram do território ucraniano, mas não foi especificado o número exato dos militares que já retornaram ao seu país.
De acordo com o Ministério da Defesa russo, os prisioneiros de guerra que retornaram estão atualmente na Bielorrússia, onde recebem assistência médica e psicológica. Posteriormente, serão levados às instalações médicas do Ministério da Defesa para posterior reabilitação.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou nesta segunda-feira (9) que lamenta a recusa da Ucrânia de recolher os corpos de seus soldados mortos. No último domingo (8), Moscou encaminhou corpos de militares ucranianos congelados em caminhões para a fronteira, mas Kiev recusou o recebimento.
De acordo com o porta-voz, a Ucrânia está usando “desculpas implausíveis” para explicar o fracasso do acordo firmado em Istambul em 2 de junho. Na ocasião, as partes concordaram com uma troca no formato “6 mil por 6 mil”.
No último dia 6 de junho, a Rússia entregou caminhões refrigerados com os corpos de 1.212 militares ucranianos na fronteira. No entanto, Kiev afirmou que a troca não ocorreria, alegando a inconsistência da data e propondo adiá-la para o período de 9 a 15 de junho.
O porta-voz do Kremlin pediu que se aguarde o desenvolvimento da situação e se observe como a posição do lado ucraniano mudará dentro de uma semana.
Anteriormente, o chefe da Diretoria Principal de Inteligência da Ucrânia, Kirill Budanov, afirmou que a troca dos corpos dos militares estaria prevista para 10 de junho.
Já o chefe da delegação russa nas negociações em Istambul, o assessor presidencial russo, Vladimir Medinsky, relatou anteriormente que a Rússia começou a implementar a ação para transferir mais de 6 mil corpos de mortos para a Ucrânia e para a troca de prisioneiros de guerra feridos e gravemente doentes, como parte dos acordos alcançados na Turquia.
“No entanto, o lado ucraniano adiou inesperadamente tanto a aceitação dos corpos quanto a troca de prisioneiros de guerra por tempo indeterminado. Por algum motivo, sua equipe de negociação nem sequer chegou ao local da troca”, disse Medinsky.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por sua vez, afirmou nesta segunda-feira (9) que uma nova troca de prisioneiros com a Rússia está em andamento, acrescentando que a operação será realizada em várias etapas ao longo dos “próximos dias”.
No entanto, o líder ucraniano não especificou o número exato de prisioneiros a serem trocados. “Uma troca começou hoje e continuará em várias etapas ao longo dos próximos dias”, disse Zelensky.