Israel começou a deportar nesta terça-feira (10) os ativistas da Flotilha da Liberdade detidos em águas internacionais ao tentar levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
Entre os militantes que serão repatriados estão a ativista sueca Greta Thunberg, que já deixou o país, e o brasileiro Thiago Ávila. O Itamaraty confirmou, na noite de segunda-feira (9), que Ávila chegou ao aeroporto de Tel Aviv e que funcionários da Embaixada do Brasil acompanham o caso de perto para assegurar o respeito aos direitos do ativista durante o processo de repatriação. Posteriormente, ele se recusou a embarcar e segue detido em Israel.
O veleiro Madleen havia partido da Itália em 1º de junho com 12 ativistas de diferentes países — incluindo Brasil, França, Suécia, Alemanha, Espanha, Turquia e Países Baixos — com o objetivo de romper o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza. A embarcação foi sequestrada pela Marinha israelense na noite de domingo (8) a aproximadamente 185 km da costa de Gaza.
Em entrevista ao Brasil de Fato, a historiadora Arlene Clemesha, especialista em história árabe, classificou como “sequestro ilegal” a interceptação do barco.
“Eles foram ilegalmente sequestrados em águas internacionais. O cerco à Faixa de Gaza em si é ilegal. As declarações do governo israelense são absolutamente irrelevantes, uma flagrante demonstração da sua total desconsideração por tudo que é ordem internacional”, afirmou a professora da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista ao programa Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, nesta segunda.
Protestos
A repressão à missão humanitária gerou uma série de protestos nesta segunda-feira, em diversas partes do mundo. No Brasil, os manifestantes se reuniram em frente ao Palácio do Planalto. Além de reivindicar a libertação dos ativistas, o protesto também exigiu cessar-fogo e o rompimento imediato das relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e Israel.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a população palestina enfrenta bombardeios diários, deslocamento forçado e risco iminente de fome devido ao bloqueio imposto pelo governo israelense. Mais de 54.700 palestinos, a maioria civis, morreram vítimas dos ataques de Israel, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.

Com AFP
*Atualizada às 17h02