A advogada Natália Szermeta Boulos pode ser candidata à Câmara dos Deputados pelo Psol nas eleições gerais de 2026, caso seu marido, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), não dispute a reeleição. A informação é de nomes próximos à direção do partido.
Ainda de acordo com as fontes, para facilitar a transferência de votos, a esposa de Guilherme Boulos pode adotar seu sobrenome e aparecer na urna como Natália Boulos, o que facilitaria sua associação com o deputado federal. O líder do MTST foi o deputado federal mais votado de São Paulo nas eleições de 2022, com quase 1 milhão de votos.
Ao Brasil de Fato, Natália, no entanto, afirmou que o assunto ainda não foi colocado em discussão. “O debate não está colocado. A princípio, Boulos é candidato a reeleição ou ao Senado. Como não há nenhuma definição, também não há qualquer discussão de nome no nosso grupo. Quem está afirmando isso está vendendo fumaça.”
O parlamentar foi sondado para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, atualmente comandada por Márcio Macêdo (PT). Em uma conversa preliminar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que, para assumir a pasta, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) não poderia disputar o pleito do próximo ano.
Ao Brasil de Fato, durante sua visita à 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária, em maio deste ano, Boulos disse que concorda com os termos do presidente. “Nós estamos em abril de 2025, alguém que entra agora, como a ministra Márcia Lopes, se ela fosse candidata ano que vem, teria que se descompatibilizar em abril [de 2026], é razoável que o presidente cobre isso e esse comprometimento com o ministério.”
O deputado, no entanto, afirmou que ainda não houve um convite formal. “A definição de composição de ministério é do presidente Lula, cabe única e exclusivamente ao presidente Lula. Essa é uma definição que só ele pode falar. Eu tenho respeito ao ministro Márcio Macêdo, meu compromisso é contribuir com a reeleição do presidente Lula ano que vem”, concluiu.
Assim como Boulos, Natália Szermeta é uma das lideranças do MTST, onde conheceu seu marido aos 18 anos. Com raízes paternas polonesas e maternas indígenas, a advogada cresceu em uma família de operários. Seu pai, o sindicalista Stanislaw Szermeta, nasceu num campo de prisioneiros na Alemanha, em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial. Veio para o Brasil como refugiado e, na ditadura militar, foi preso em 1971 por quase dois anos. Sua mãe, Maria do Carmo, formou-se em química e trabalhou na antiga Sharp.