O Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino convoca, para esta quarta-feira (11), uma mobilização contra a ida do prefeito de Belo Horizonte, Àlvaro Damião (União Brasil), a Israel, em meio ao genocídio de palestinos na Faixa de Gaza e ao sequestro de ativistas. O protesto acontecerá às 10h30, em frente à sede da prefeitura.
Na segunda-feira (9), vereadores e vereadoras do campo progressista da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) lançaram também uma nota de repúdio em relação à viagem do chefe do executivo ao território israelense. Damião viajou para participar do evento “Projetos Municipais para a Segurança Pública e o Desenvolvimento Local”, a convite da embaixada israelense, para conhecer novos modelos de seguridade para a capital mineira.
“Rejeitamos qualquer estreitamento de relações com um governo que viola direitos humanos, impedindo ações humanitárias e sequestrando cidadãos, e reafirmamos nosso compromisso com a defesa dos direitos humanos e com a justiça social”, afirmaram os parlamentares, em nota.
A carta foi assinada por Bruno Pedralva (PT), Cida Falabella (Psol), Iza Lourença (Psol), Juhlia Santos (Psol), Luiza Dulci (PT) e Pedro Patrus (PT).
É esse o modelo de segurança que a capital requer?
O texto, publicado nas redes sociais, também lembrou do recente sequestro de ativistas em águas internacionais, incluindo Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila, que levavam suprimentos na “Flotilha da Liberdade” para o porto de Gaza e foram interceptados por Israel na madrugada de segunda-feira.
“A população palestina, há mais de 600 dias, está sendo bombardeada cotidianamente, sem acesso à água, energia, remédios e comida. E, nessa situação, o prefeito de BH partiu para ‘israel’ para conhecer a tecnologia de apartheid e genocídio usada por aquele governo”, criticou o Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino, por meio das redes sociais.
“Essa não é a tradição de BH. Tecnologias de assassinato e destruição? Queremos que o foco da prefeitura seja a valorização dos servidores e a melhoria dos serviços públicos, como saúde, educação, cultura, meio ambiente, assistência social e segurança com foco nos direitos humanos”, lembrou a iniciativa, em referência, sobretudo, à greve iniciada pelos professores municipais em busca de recomposição salarial na última semana.
População se revolta
Nos comentários das publicações, a população também se indignou com a atitude do prefeito.
“E desde quando Israel é referência em segurança pública? O que eles fazem lá são prisões arbitrárias e práticas de tortura. Recentemente, um jovem brasileiro de 17 anos foi morto por esse sistema de ‘segurança’. Belo Horizonte não precisa de mais violência policial”, lembrou Gladys Andrade.
Ana Cláudia Guimarães também teceu críticas mediante aos desafios enfrentados pelos trabalhadores da saúde da capital mineira.
“Os servidores da saúde descabelados e adoecidos com o tamanho da demanda e o prefeito viajando para fora do Brasil, tipo blogueirinho. Lamentável. Que tristeza para nós”, lamentou.