Após um dia de paralisação os Técnicos em Enfermagem do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) decidiram encerrar a greve da categoria e aceitar a proposta apresentada pela gestão. A decisão foi tomada em assembleia geral da categoria organizada pelo Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (Sindate-DF), nesta terça-feira (10), após uma reunião com a presidência do instituto.
A mobilização cobrava um reajuste salarial de 16%, além da contratação urgente de mais profissionais e melhorias nos auxílios fornecidos pela instituição. Inicialmente, a direção do Iges havia apresentado uma proposta de 4,83% de reajuste, rejeitada pela categoria. A nova proposta aceita nesta terça (10) promete 20% de reajuste parcelado, com base no piso salarial da categoria: 10,83% em setembro e outubro de 2025, 5% em março de 2026 e 5% em junho de 2026.
A principal reivindicação da categoria é a reposição salarial baseada na Lei Federal nº 14.434/2022, que estabelece o piso da enfermagem e prevê que o salário dos técnicos corresponda a 70% do vencimento dos enfermeiros. Atualmente, segundo o sindicato, os profissionais do Iges-DF recebem cerca de R$ 2.800, valor considerado defasado.
“A gente está pedindo 16% para alcançar os 70% do salário do enfermeiro, como manda a lei. Já são dois anos sem reajuste”, afirmou a presidenta do Sindate-DF, Josy Jacob.
Além do reajuste, os trabalhadores também exigiram aumento no auxílio-alimentação, ampliação do auxílio-transporte para todos os profissionais e implementação de auxílio-saúde. Outro ponto central é a contratação imediata de técnicos, enfermeiros, obstetras e profissionais do trabalho, diante da sobrecarga enfrentada nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Atualmente, o déficit de profissionais de saúde na rede pública é de 2.726 técnicos de enfermagem, 1.294 enfermeiros, 190 enfermeiros obstetras e 42 enfermeiros do trabalho.
Para atender às outras reivindicações, a gestão do Iges-DF prometeu auxílio-transporte no valor de R$ 300 para trabalhadores que residem fora da Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (RIDE) e não possuem acesso a transporte público; auxílio-saúde, com previsão de implementação até o final de julho de 2025. O instituo não concedeu aumento do ticket alimentação.
Não houve proposta em relação à contratação de mais profissionais. Segundo o sindicato, as UPAs tem operado como verdadeiros “mini-hospitais”, gerando sobrecarga e prejuízo ao atendimento à população.
“A UPA não foi criada pra virar um hospital, então o dimensionamento profissional era menor, porque era um atendimento que seria rápido. Temos hoje a realidade de um mini-hospital dentro dessas UPAs, e não se adequou a quantidade de profissionais”, apontou Jacob.
Atualmente, o déficit de profissionais de saúde na rede pública é de 2.726 técnicos de enfermagem, 1.294 enfermeiros, 190 enfermeiros obstetras e 42 enfermeiros do trabalho.
O Iges faz a gestão do Hospital de Base, do Hospital Regional de Santa Maria e do Hospital Cidade do Sol, além das UPAs de Brazlândia, de Ceilândia, de Ceilândia II, do Gama, do Núcleo Bandeirante, do Paranoá, de Planaltina, do Recanto das Emas, do Riacho Fundo II, de Samambaia, de São Sebastião, de Sobradinho e de Vicente Pires.
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