Maio de 2025 foi o segundo mais quente já registrado globalmente, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo observatório europeu Copernicus. Com uma temperatura média de 15,79°C, maio deste ano só ficou atrás do mesmo mês em 2024.
A temperatura está 0,53°C acima da média de 1991 a 2020 e 1,4°C acima da média registrada entre 1850 e 1900 – o que corresponde à era pré-industrial, antes que o uso significativo de energias fósseis aquecesse o clima de maneira perene.
Carlo Buontempo, diretor do serviço de mudança climática do Copernicus (C3S), afirma que o valor acima da média está ligeiramente abaixo do limite simbólico estabelecido no Acordo de Paris contra as mudanças climáticas, de 1,5ºC. “Isso talvez ofereça um breve alívio para o planeta, mas espera-se que o limite de 1,5°C volte a ser superado no futuro próximo devido ao aquecimento contínuo do sistema climático”, disse.
Entre junho de 2024 e maio de 2025, no entanto, o aquecimento já chegou a 1,57°C acima da média registrada na era pré-industrial. Em relação à média registrada entre 1991 e 2020, o período de 12 meses ficou 0,69°C acima.
O aumento da temperatura também foi registrado nos oceanos, com 20,79°C na superfície, o segundo maio mais quente da história, atrás apenas do mesmo mês em 2024. “Grandes áreas no nordeste do Atlântico Norte, que sofreram ondas de calor marítimas, registraram temperaturas superficiais recordes para o mês. A maior parte do Mar Mediterrâneo estava muito mais quente que a média”, diz um trecho do relatório.
Além das altas temperaturas, o observatório destacou as precipitações contrastantes no continente europeu. “Algumas partes da Europa experimentaram seus níveis mais baixos de precipitações e umidade do solo desde pelo menos 1979”, indicam os especialistas. A seca tem afetado, principalmente, a Dinamarca e os Países Baixos. Por outro lado, o sul da Europa e partes da Rússia e Escandinávia enfrentam chuvas acima da média.