A 17ª edição do Festival In-Edit Brasil já está em cartaz em São Paulo (SP) e segue até o dia 22 de junho, com uma programação totalmente gratuita. São mais de 60 títulos nacionais e internacionais, mais de 100 sessões e programações espalhadas por espaços como CineSesc, Cinemateca Brasileira, Cine Olido, Cine Matilha, Cine Bijou, Cinusp Paulo Emílio e Circuito Spcine. O evento promove diversas atividades em torno das exibições.
“É uma espécie de carnaval pra quem gosta de documentário musical”, resume Amanda Aguiar, curadora de cinema e comunicadora cultural, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, nesta sexta-feira (13). “É a chance de vivermos uma maratona de debates, encontros, shows, festas e filmes que se espraiam pela cidade”, complementa.
Segundo Aguiar, mais da metade da programação deste ano é composta por filmes brasileiros, o que ela classifica como uma “produção pulsante”. Como exemplos, ela cita o sucesso recente de filmes do gênero no país, como Ritas e Homem com H, sobre Rita Lee e Ney Matogrosso, respectivamente. “Quando falamos de cinema documental e independente, são filmes que vêm conquistando esse grande feito de arrasar nas bilheterias aqui no Brasil”, comemora.
A cerimônia de abertura, no CineSesc, contou com a exibição do documentário Anos 90 – A Explosão do Pagode, de Emílio Domingos e Rafael Bolsinha. A sessão, na última quarta-feira (11), lotou a sala com um público que foi de cinéfilos a sambistas. “É muito difícil manter um festival na ativa por tanto tempo, sobretudo depois que tivemos anos dessa tentativa de desmonte do setor cultural no Brasil. Então, é um feito muito grande”, celebra a curadora.
Entre os destaques da programação, Aguiar indica:
- Os Afro-Sambas: o Brasil de Baden e Vinícius e As Dores do Mundo: Hyldon, ambos de Emílio Domingos, o primeiro celebrando o clássico de Baden Powell e Vinícius de Moraes; o segundo explorando o legado de Hyldon, autor da canção Na Rua, na Chuva, na Fazenda;
- Mestras, dirigido pelas paraenses Roberta Carvalho e Aíla, sobre a transmissão das tradições culturais na Amazônia por mulheres como Dona Onete;
- Clube da Guitarrada, de Tania Menezes, que mostra o encontro entre ritmos amazônicos e caribenhos e apresenta uma nova geração de instrumentistas como Félix Robatto;
- Travessias de Letieres Leite, dirigido por Iris de Oliveira e Day Sena, que homenageia o legado do instrumentista baiano, idealizador da orquestra Rumpilezz;
- O Ano em que o Frevo Não Foi para a Rua, de Mariana Soares, que aborda os impactos da pandemia no carnaval do Recife e de Olinda, no Pernambuco.
Para a comunicadora, o In-Edit reafirma o vigor do documentário musical como gênero cinematográfico e como forma de preservar e renovar a memória cultural brasileira. A programação completa está disponível no site do festival: br.in-edit.org.
Para ouvir e assistir
O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.