O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, deu um recado ao aiatolá Ali Khamenei, o líder supremo do Irã, neste sábado (14), dizendo que se o país árabe continuar disparando mísseis contra civis “Teerã vai queimar”.
“O ditador iraniano está tomando os cidadãos iranianos como reféns, criando uma realidade na qual eles, e especialmente os moradores de Teerã, pagarão um alto preço pelos danos flagrantes infligidos aos cidadãos israelenses. Se Khamenei continuar disparando mísseis contra a retaguarda israelense, Teerã vai queimar”, disse Katz em um comunicado, após projéteis iranianos serem lançados contra Israel entre sexta (13) e sábado, causando danos extensos na região de Tel Aviv.
O ataque iraniano foi uma resposta a ofensiva sem precedentes do Estado Judeu ao Irã, que já soma 78 pessoas mortes e mais de 320 ficaram feridas. Khamenei classificou a violência israelense como uma “declaração de guerra”.
Na manhã deste sábado (14), o chefe das Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciou que o exército israelense retomou os ataques na capital do Irã, Teerã, bombardeando defesas aéreas e lançadores de mísseis no país árabe.
Segundo a mídia iraniana, ataques também ocorreram na cidade de Tabriz, no norte, e em partes das províncias ocidentais de Lorestan, Hamedan e Kermanshah, onde estão localizadas bases militares importantes.
O espaço aéreo iraniano está fechado “até novo aviso”, anunciou a agência de notícias oficial Irna. Em Israel, o principal aeroporto internacional, Ben Gurion, perto de Tel Aviv, também está fechado até novo aviso.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfatizou que a operação, “uma das maiores operações militares da história”, durará “muitos dias”. Ele enfatizou que o ataque não foi “um evento aleatório” e lembrou ter “ordenado a eliminação do programa nuclear iraniano”.
Questão nuclear
Os ataques de Israel, iniciados durante a noite de quinta-feira (12) por 200 caças, atingiu 100 alvos no Irã, e tiveram como principal objetivo a usina de enriquecimento de urânio em Natanz, no centro do Irã.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que a importante usina iraniana de enriquecimento de urânio de Natanz foi bombardeada e que sua parte superficial ficou “destruída”, mas destacou que o nível de radiação na área não havia aumentado.
Já a imprensa estatal iraniana afirmou que a instalação de Natanz foi impactada “várias vezes”. Outras instalações nucleares iranianas, como Fordo, ao sul de Teerã, e Isfahan, no centro do país, sofreram danos mínimos, segundo o Irã.
Israel é o único país do mundo que não reconhece publicamente ter posse de ogivas nucleares, apesar das estimativas de que tenha 90 delas. Isso faz do país a única nação do Oriente Médio com poderio atômico.
O ataque israelense ao Irã ocorreu em um momento em que o país árabe está sob intensa pressão dos Estados Unidos e de Israel, em meio a suspeitas de que o país esteja buscando adquirir armas nucleares. Teerã nega essas acusações e defende o direito de desenvolver seu programa nuclear para fins civis.
Washington e Teerã tinham planejado uma nova rodada de negociações no domingo (15) — mediada por Omã — sobre o assunto. No entanto, “nessas circunstâncias e até que a agressão do regime sionista contra a nação iraniana cesse, não tem sentido participar de um diálogo com uma parte que é o maior apoio e cúmplice do agressor”, afirmou neste sábado o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baqai.
*Com informações da AFP