Não é de hoje que a educação brasileira é palco de discussões recorrentes devido ao despreparo institucional que engloba as falhas dos sistemas educacionais no país. Pesquisas nacionais evidenciam o fraco rendimento escolar nas áreas de língua portuguesa, matemática e ciências naturais.
Mas o que de fato estaria por trás de tanto insucesso educacional? Diante uma experiência própria de observação em um projeto educacional financiado por verba municipal, foi perceptível averiguar a complexidade que embasa a educação. Por um lado, uma proposta política interessante, porém mal planejada para promover a convicção de que as crianças são o futuro do país.

De fato são, porém a proposta fracassa metodicamente na prática do ensino. A própria instituição e seus educadores não estão preparados ou não acreditam que as mudanças nas melhorias sociais advêm da educação, o que gera total descaso na prática de ensino.
A literatura nos mostra que todo o alicerce da educação está ligado à cultura e à filosofia por trás de cada sociedade que o fundamenta. Pode-se dizer que estamos diante um fenômeno cultural institucionalizado que se manifesta através da fala e atitudes dos indivíduos.
Sejam os alunos, educadores, coordenação ou contexto social: a aprendizagem é vista como insignificante para a vida cotidiana, a escola seria apenas um lugar de desdém e cumprimento de obrigação. Por isso, acredito que as falhas em torno da educação no Brasil são de uma representação cultural, o que dificulta suas melhorias.
É preciso muito mais do que verbas e propostas educacionais. É preciso a valorização social de que as melhorias sociais provêm da educação, assim promovendo um mundo mais pacífico e justo para todos.
* Psicóloga formada pela Universidade de Passo Fundo (UPF)
** Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.
