Movimentos pró-Palestina no Brasil lançaram um abaixo-assinado online para que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rompa as relações diplomáticas e comerciais com Israel devido aos ataques contra a Faixa de Gaza desde outubro de 2023. Clique aqui para acessar o abaixo-assinado online.
O genocídio se iniciou após um ataque do grupo político-militar palestino Hamas em território israelense, deixando 1,2 mil mortos e cerca de 250 sequestrados. Desde então, além dos mais de 55 mil palestinos foram mortos, sendo a maioria mulheres, crianças e adolescentes, Israel deixou um rastro de fome ao impor um bloqueio de alimentos, medicamentos e água.
O analista político Breno Altman, um dos organizadores do abaixo-assinado, defende que “a máquina genocida” somente irá parar a guerra em Gaza após ser submetido ao “mesmo isolamento que a África do Sul durante o apartheid”. “O presidente Lula pode cumprir uma função histórica: liderar o boicote mundial contra o regime sionista e obrigá-lo a deter o genocídio”, diz.
Na mesma linha, Raul Amorim, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que também subscreve o abaixo-assinado, afirma que o documento é um “instrumento” para reforçar a mobilização de rua.
Neste domingo (15), uma série de manifestações pró-Palestina foi registrada em cidades brasileiras. Na capital paulista, o ato reuniu 30 mil pessoas em defesa da suspensão das relações do país com Israel.
“O Lula está certo em relação a apontar o genocídio na faixa de Gaza e a responsabilidade de Israel. Mas agora são necessárias medidas concretas para ajudar na pressão mundial. O Brasil deve se somar aos países que já têm medidas concretas de bloqueio e de pressão ao governo de Israel para que pare o genocídio”, afirma Amorim.
Em uma de suas manifestações, em fevereiro de 2024, durante 37ª Cúpula da União Africana, Lula afirmou que “o que está acontecendo hoje com o povo palestino não tem precedentes na história do mundo. Na verdade, houve um momento em que Hitler decidiu matar os judeus”.
No site de divulgação do abaixo-assinado, os organizadores afirmam que as declarações de Lula são “muito importantes e corajosas”, mas insuficientes. “O momento vivido em Gaza exige ação. Portanto, o que propomos é uma ruptura de relações do Brasil e uma chamada ao boicote mundial contra Israel”, dizem os organizadores.
“O fim imediato do genocídio, o boicote internacional a Israel, a retirada das forças de ocupação israelenses dos territórios palestinos e o direito ao retorno à sua terra são as mais importantes bandeiras humanistas e internacionalistas que podemos, e devemos, defender neste momento. E o posicionamento do presidente Lula na decisão de romper as relações com Israel é crucial para uma ampla articulação internacional em defesa do povo palestino”, concluem.