Milhares de manifestantes tomaram as ruas em diferentes cidades do Brasil e do mundo neste final de semana como parte da Marcha Global para Gaza. Os atos exigem o fim do genocídio promovido por Israel contra o povo palestino e a abertura imediata de corredores humanitários para a entrada de ajuda na Faixa de Gaza. Os ataques de Israel contra o Irã também foram alvo dos protestos.
No Brasil, as manifestações aconteceram em cidades como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS) e Brasília (DF). Na capital paulista, o ato reuniu cerca de 30 mil pessoas – segundo organizadores – e teve como principal bandeira a exigência do rompimento das relações diplomáticas e comerciais entre o Brasil e Israel.
Os protestos no país dialogam com um movimento internacional coordenado, em paralelo à Marcha Global para Gaza, um protesto com pessoas de diversas nacionalidades que tenta chegar à passagem de Rafah, controlada pelo Egito, e pressionar pela entrada de ajuda humanitária no território sitiado.
A marcha iniciada na sexta (13), no entanto, foi reprimida neste domingo (15) pelas forças egípcias sob a justificativa de “questões de segurança”. Há registros de detenções e dispersão violenta dos manifestantes.
Além do Brasil, os atos ocorreram em capitais como Londres (Reino Unido), Paris (França), Istambul (Turquia), Barcelona (Espanha), Bruxelas (Bélgica), Cidade do México, Haia (Holanda), Santiago (Chile), além de países como Guatemala, República Dominicana, Iêmen e Indonésia. Em todos, as mesmas palavras de ordem: cessar-fogo imediato, fim do bloqueio e da ocupação israelense, e responsabilização internacional pelos crimes cometidos contra o povo palestino.
Desde o início da invasão de Israel, mais de 55 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde da Palestina. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a grande maioria das pessoas mortas são crianças e mulheres.
Contexto de escalada regional e tensão diplomática
As mobilizações acontecem em meio à intensificação dos ataques de Israel ao Irã. Desde sexta-feira (13), bombardeios israelenses atingiram alvos militares e usinas nucleares em território iraniano. Segundo dados oficiais, ao menos 244 pessoas morreram nos últimos quatro dias, 224 no Irã e 20 em Israel, mortos pelos bombardeios de resposta iranianos. Entre os mortos está Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária Islâmica, considerado peça-chave da estrutura de defesa do país.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baqaei, declarou que os ataques representam uma grave ameaça à paz mundial e cobrou posicionamento firme da ONU e de seus estados-membros contra o que chamou de “agressão do regime de ocupação mais maligno”.
Prisões e repressão a ativistas
Outro episódio que marcou a semana passada foi a prisão de ativistas da Flotilha da Liberdade, entre eles a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila. A embarcação em que estavam foi interceptada pela Marinha israelense a 185 km da costa de Gaza. A Flotilha buscava romper simbolicamente o bloqueio à Faixa de Gaza, levando ajuda humanitária por mar.
Lula no G7 sob pressão de movimentos pró-Palestina
Enquanto manifestantes ocupam as ruas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta terça-feira (17) da Cúpula do G7, no Canadá. O encontro reúne as principais potências mundiais em um momento de tensão geopolítica global.
Movimentos populares pró-Palestina no Brasil lançaram um abaixo-assinado exigindo que o governo rompa relações diplomáticas e comerciais com Israel. Os organizadores reconhecem a importância simbólica de declarações de Lula condenando o genocídio do povo palestino, mas exigem medidas concretas: “O momento vivido em Gaza exige ação. Portanto, o que propomos é uma ruptura de relações do Brasil e uma chamada ao boicote mundial contra Israel”, afirmam.
Veja fotos das manifestações pelo mundo:
Guatemala

G7 – Canadá

Grécia

Turquia

Chile

Indonésia

França

Alemanha

Espanha

Coreia do Sul

Iêmen
