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Palestina

Artigo | Lula e a guerra

O presidente pode adotar um posicionamento menos retórico diante das atrocidades cometidas contra os palestinos? 

20.jun.2025 às 17h18
São Paulo
Manuel Domingos Neto
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva - Ricardo Stuckert / PR

Acompanhando tendência mundial, 58% dos brasileiros, segundo o Pew Research Center, têm visão negativa de Israel. Dentre os apoiadores de Lula, a parcela reformista pede a ruptura das relações do Brasil com o Estado sionista.

Lula pode adotar posicionamento menos retórico diante das atrocidades cometidas contra os palestinos? 

Por exemplo, interromperia o suprimento de petróleo para Israel e encerraria de vez negociações visando a compra de material de guerra israelita? Isso afetaria, mesmo que simbolicamente, o poderio militar do Estado sionista. Engrossaria o isolamento dos genocidas.

Lula seria mundialmente enaltecido pelos que desafiam o poderio estadunidense e enfrentaria a fúria da grande imprensa ocidental. Seria diabolizado, como todos os que se insurgem contra as barbaridades em curso. 

Mas perderia chances de ser convidado para eventos como a reunião do G7, no Canadá que, aliás, resultou em comunicado insano. Não experimentaria maratonas gloriosas, como a que viveu em Paris, cidade feita para deslumbrar. 

Lula Interromperia a “boa convivência” com oficiais brasileiros integrados no esquema de força dirigido pelo Pentágono. Seria levado a reformular a Defesa e a revisar o aparelho militar brasileiro, inepto para os novos procedimentos guerreiros. Assumiria, finalmente, obrigação constitucional que nunca quis: a de comandante supremo das Forças Armadas.

Ainda no âmbito doméstico, compraria briga com parceiros de governança. Romperia com simpatizantes do imperialismo. Tomaria necessariamente iniciativas visando assegurar condições básicas de autonomia brasileira em política externa. 

Enfim, daria um cavalo de pau na orientação de seu governo. 

Não há sinais que alimentem expectativas nesse sentido. Mas, como ficará o Brasil diante da grande conflagração anunciada? É possível jogar quieto quando cada míssil disparado deixa a humanidade mais perto do Armagedon?

Guerras resultam de circunstâncias políticas construídas e aceleram grandes mudanças. No jargão consagrado, são parteiras da história. Afetam os destinos dos derrotados e dos vitoriosos. Afastam amigos de infância. Introduzem novidades não imaginadas. Deitam por terra conceitos e princípios consagrados. Anulam esteios morais. Abrem chances inusitadas de novos experimentos sociais. 

Os confrontos sangrentos em marcha não resultam de problemas localizados: exprimem as tensões da mudança na ordem mundial. Os múltiplos fronts estão indefectivelmente interligados. São pobres e enganosos o noticiário e as avaliações que sugiram o contrário. 

Não há cabimento na ideia de neutralidade. Da guerra, ninguém escapa: nem o rei, nem o bispo, nem o Papa. 

O argumento de que o Brasil não tem tradição de ruptura nas relações diplomáticas precisa ser relativizado. Tradições servem para orientar comportamentos e são continuamente revisadas. Cabe lembrar: apesar de economicamente pouco expressivo, o Brasil participou das duas guerras mundiais. Agora, quando está entre as maiores economias do planeta, a noção de neutralidade é ainda mais descabida.

Emérito negociador, campeão da busca de entendimentos em disputantes, Lula será levado a tomar posições que contrariam sua natureza. Tocar o barco no rumo em que está é impensável.

Lula é herói mundialmente consagrado. Queira-se ou não, é símbolo da luta contra desigualdades e injustiças. 

Herói é paradigma socialmente construído. Ninguém nasce para ser herói. Herói é construção coletiva desenvolvida no calor do embate das forças em confronto. Ao contrário do que Brecht pensava, nenhuma sociedade prescinde de heróis. 

Os confrontos de vida e morte são os que mais fabricam e destroem heróis porque levam à emocionalidade máxima. A teorização acerca disso é antiga, com destaque para Platão, que descreveu o guardião perfeito, aquele que encarna idealmente a vontade dos seus. 

Possível candidato em 2026, Lula tenta equilibrar-se na disputa que mudará o ordenamento internacional. Mas chegará depressa o dia em que a condenação retórica do genocídio não bastará para manter sua condição de paradigma da justiça social. 

Os cálculos eleitorais serão menos equivocados caso levem em consideração o fenômeno que tem capacidade de transtornar as noções de certo e errado, bom e mau, belo e feio, justo e injusto.

O temor toma conta das sociedades nacionais e extrema direita belicosa sabe aproveitar as circunstâncias. Os brasileiros precisamos de um líder que aponte caminhos no tempo extraordinário que nos é dado viver.

*Manuel Domingos Neto é historiador e professor brasileiro. Autor do livro ‘O que fazer com o militar’.

**Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

Editado por: Amauri Gonzo
Tags: irãisraellulapalestina
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