O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta quinta-feira (26), em São Paulo (SP), do anúncio oficial de uma solução habitacional para as cerca de 900 famílias da Favela do Moinho. O evento está previsto para as 10h30, no Galpão Elza Soares, região central da capital paulista.
O acordo entre os governos federal e estadual é resultado de um intenso processo de luta da comunidade, que resistiu à tentativa de remoção forçada liderada pela gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A proposta que será oficializada foi detalhada em um encontro entre representantes do governo federal e do Moinho, em 10 de junho. O acordo prevê o repasse de R$ 250 mil por família para a aquisição de uma nova moradia. Desse valor, R$ 180 mil serão viabilizados pelo programa Minha Casa, Minha Vida, e R$ 70 mil pelo programa estadual Casa Paulista. Também será garantido um auxílio-aluguel de R$ 1.200 para quem precisar aguardar a entrega do imóvel definitivo.
Acordo limitado
Embora o anúncio represente conquista histórica, moradores criticam limitações, como o valor ser insuficiente para garantir moradia no centro da cidade, onde muitas famílias desejam permanecer para manter seus vínculos sociais, escolares e de trabalho. “Com R$ 250 mil, o que se compra no centro é uma kitnet. Queremos condições reais de permanecer no território”, afirmou Yasmim Flores, da associação de moradores, ao Brasil de Fato.
A comunidade também reivindica que o terreno seja destinado à criação de um memorial da favela, em homenagem à história de resistência local. “Derrubar o silo seria um apagamento histórico imenso. A gente quer deixar o nosso pedacinho para dizer: eu vim dali”, declarou Yasmim.
A gestão Tarcísio pretende construir um parque no local da Favela do Moinho, existente há 30 anos entre os trilhos do trem, mas a associação de moradores quer que o governo federal condicione a cessão da área à construção de um memorial da favela. Os moradores desejam que os silos pixados, herança do antigo moinho industrial, permaneçam intactos como forma de preservar a história e identidade da comunidade.