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INOVAÇÃO

Rede de universidades desenvolve medicamentos a partir do veneno de cobra e de uma planta do litoral

Professora da UFCSPA, junto com sua equipe, está fazendo bioprospecção em oncologia e também em gastronomia

23.jun.2025 às 16h04
Porto Alegre (RS)
Márcia Turcato
Rede de universidades desenvolve medicamentos a partir do veneno de cobra e de uma planta do litoral

A farmacêutica Elizândra Braganhol está fazendo a pesquisa com a verba de um edital público lançado com o objetivo de desenvolver novas tecnologias no Rio Grande do Sul - Foto: Laboratório Braganhol/UFCSPA

…Veneno de cobra tem remédio sim
Quem já foi mordido contou pra mim
Pra veneno de cobra tem remédio sim
Quem já foi mordido contou pra mim…

(Veneno de Cobra, Emília Monteiro/Dona Onete)

Veneno de cobra como medicamento para combater o câncer. É exatamente isso que a farmacêutica Elizândra Braganhol está fazendo com a verba de um edital público lançado com o objetivo de desenvolver novas tecnologias no Rio Grande do Sul. Professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), junto com sua equipe, ela está fazendo bioprospecção em oncologia e também em gastronomia a partir do estudo do veneno de serpentes peçonhentas e de uma planta muito comum no litoral, a salicórnia, conhecida como sal verde e aspargo do mar.

“Tanto os peptídeos do veneno das cobras como as moléculas da salicórnia têm propriedades medicinais e podem ser utilizadas como princípios ativos de medicamentos. Acredito que, no máximo em dois anos, a pesquisa esteja concluída”, explica a pesquisadora. Encerrada essa fase, os medicamentos entram em pesquisa clínica mediante aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), quando são testados em pessoas para avaliar níveis de segurança e tolerância. No momento seguinte, é testada a eficácia do produto. E, se tudo der certo, na sequência os medicamentos são novamente apresentados à Anvisa para aprovação e registro.

“Já sabemos que a salicórnia potencializa a regeneração dos tecidos, ela ajuda na cicatrização, então pode ser utilizada em curativos. E o medicamento obtido do veneno de cobra poderá ser administrado de várias formas, uma delas é o spray nasal”, diz a professora Braganhol, entusiasmada com os rumos da pesquisa, realizada em rede colaborativa com as universidades do Pampa (Unipampa), de Rio Grande (Furg), de Pelotas (UFPel), do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e de Santa Cruz (Unisc).

A professora da UFCSPA é uma referência em pesquisa oncológica. Ela é sócia e co-fundadora da BNT Medicine, uma startup que tem o propósito de desenvolver soluções avançadas para o tratamento oncológico e com ampla experiência em biologia celular e molecular e desenvolvimento de modelos pré-clínicos de patologias.

A professora da UFCSPA é uma referência em pesquisa oncológica – Foto: Laboratório Braganhol/UFCSPA | Foto: Laboratório Braganhol/UFCSPA

As serpentes utilizadas na pesquisa são 11, sendo 10 delas da Amazônia e uma do Rio Grande do Sul, uma jararaca. O trabalho de investigação já confirmou que o veneno tem propriedades antitumoral, ou seja, pode combater o câncer. O foco do estudo é o tumor cerebral. O uso do veneno de cobra como medicamento para o câncer é inédito no mundo. O que já existe no mercado é o uso do veneno para tratamento da hipertensão arterial.

Poucos sabem que foi em um laboratório brasileiro, em pesquisa com veneno da jararaca, que a indústria farmacêutica desenvolveu o captopril, o remédio mais usado para tratar a hipertensão arterial. Os venenos são também uma fonte de cobiça pelo potencial de gerar riquezas e, por isso, muitas serpentes do Brasil são vítimas de biopirataria.

“Apesar do risco de letalidade do veneno das serpentes, quando ocorre algum acidente, ele também pode agir como uma rica fonte de moléculas e ser amplamente explorado em relação ao seu potencial terapêutico”, afirma a pesquisadora.

Estratégias de inteligência artificial e ferramentas de nanotecnologia serão utilizadas no trabalho para agilizar o processo e aumentar a seletividade da medicação sobre o tumor. Com a nanotecnologia o medicamento pode ser direcionado exatamente para o local do tumor, otimizando o produto e aumentando a segurança.

História

Na Antiguidade, a cura das doenças era uma atribuição de deus, representado pelas cobras gêmeas. Elas são até hoje o emblema da medicina. O deus da medicina na mitologia grega é Asclépio. O poder de cura era associado às cobras, vistas como criaturas que se renovam ao trocar de pele.

Segundo a mitologia grega, Asclépio é filho de Apolo e da mortal Corônis. Ele foi criado pelo centauro Quíron, que o ensinou sobre as propriedades curativas das plantas e sobre a prática da cirurgia. Asclépio se tornou tão habilidoso que podia até mesmo ressuscitar os mortos, o que irritou Zeus, que o matou com um raio. Com a sua partida, Asclépio passou a ser adorado como o deus da cura.

No Brasil, graças ao médico Vital Brazil, fundador do Instituto Butantan, as cobras são tratadas com respeito. Seu veneno tem ajudado o homem a entender e a curar doenças. No Butantan, temos o soro antiofídico, para ser usado quando ocorre acidente com cobra venenosa.

Aspargo do mar

A salicórnia é uma planta tolerante à água salgada e faz parte da flora costeira de muitas regiões do Brasil e de outros países de clima ameno. Ela também é conhecida pelos nomes de sal verde, porque acumula o sal existente em áreas marinhas, e aspargo do mar. A planta tem propriedades antioxidante, antitumoral e diurética e também pode ser utilizada na alimentação.

Essa plantinha é objeto de estudo na rede coordenada pela UFCSPA. A salicórnia tem um metabolismo que permite que ela sobreviva em ambientes adversos, como a zona costeira, que é um lugar de elevada salinidade. “Essa característica da planta despertou nosso interesse e já sabemos que ela tem propriedades terapêuticas para ser aplicada no tratamento do câncer”, explica Braganhol.

A professora da UFCSPA destaca que a pesquisa com a salicórnia se vale da biodiversidade do Rio Grande do Sul, valorizando o recurso existente no estado, o conhecimento científico local e impulsionando a geração de negócios a partir do desenvolvimento de medicamentos e sua colocação no mercado para beneficiar o público que precisa de um tipo específico de tratamento. O propósito do estudo é desenvolver um medicamento antitumoral e cicatrizante.

Gastronomia

A salicórnia é típica de regiões costeiras e tem como maior característica as escamas da haste, que absorvem e armazenam o sal.

É um tipo de sal considerado muito benéfico para a saúde porque tem menos sódio. Além de armazenar o sal, a salicórnia consegue absorver outras propriedades marinhas, que a torna um alimento de alto valor nutricional.

Atualmente, para consumo na gastronomia, o aspargo do mar pode ser encontrado em alguns restaurantes do Rio de Janeiro, como o Oteque, o Grado e o Escama e também pode ser entregue a domicílio pela D’Alga.

A salicórnia pode ser consumida desidratada, para salpicar nos pratos, e ao natural, como mini aspargos. Ela tem textura crocante, sabor salino e a presença do iodo, combinando muito bem com peixes e frutos do mar.

Verba

Projeto recebeu R$ 1,5 milhão, suficientes para o desenvolvimento das duas frentes de pesquisa – Foto: Laboratório Braganhol/UFCSPA

O projeto de pesquisa da professora Elizândra Bragonhol recebeu o nome de “Saúde, meio ambiente e comunicação: desenvolvendo um modelo de economia sustentável baseado em biotecnologia para a reconstrução do Rio Grande do Sul”. Ela concorreu ao edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), no âmbito da recuperação do estado em consequência da enchente de 2024, e recebeu R$ 1,5 milhão, suficientes para o desenvolvimento das duas frentes de pesquisa: medicamentos a partir do veneno de cobra e da salicórnia e também para o uso da planta na gastronomia.

Para o desenvolvimento de outras fases do estudo, como a pesquisa clínica, a identificação do meio para o transporte do medicamento (pílula, injetável e/ou aspiração) a professora da UFCSPA conta com recurso da Financiadora de Estudos e Projetos/Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (Finep/MCTI), que também é suficiente para concluir o trabalho.

Editado por: Katia Marko
Tags: saúde públicauniversidade públicauniversidades federais
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