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CRIME

Refinaria na lista de fornecedores da Apple comprou ouro de réu por contrabando

Italiana Italpreziosi, da rede de fornecimento da Apple, estaria envolvida em esquema venda ilegal de ouro da Amazônia

23.jun.2025 às 17h05
Murilo Pajolla
|Repórter Brasil
Refinaria na lista de fornecedores da Apple comprou ouro de réu por contrabando

Empresa teria movimentado toneladas de ouro ilegalmente - Repórter Brasil

A refinaria italiana Italpreziosi adquiriu ouro de uma importadora investigada pela participação em um esquema de extração ilegal na Amazônia. A Italpreziosi, que atua na fundição, comércio e reciclagem de metais preciosos, é citada pela Apple, a produtora de chips NVIDIA e a fabricante de carros elétricos Tesla como integrante de suas redes de fornecimento de ouro.

O esquema criminoso formado por empresas brasileiras começou a ser identificado em 2021, em uma investigação conjunta da Polícia Federal, do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal. As atividades ilegais do grupo teriam movimentado aproximadamente 13 toneladas de ouro ilegal, somando R$ 4 bilhões, de acordo com estimativas das autoridades. No final de maio, a Justiça aceitou a denúncia do MPF e deu início ao processo que irá julgar 36 pessoas pelo esquema.

Segundo as autoridades, empresas brasileiras compravam ouro extraído ilegalmente de garimpos na região de Itaituba, no Sudoeste do Pará. Parte do ouro era proveniente de áreas protegidas, incluindo a Terra Indígena Munduruku. No território, indígenas sofrem com doenças provocadas pelo mercúrio, como má formação e atrasos no desenvolvimento de bebês e crianças.

Para simular a legalidade do ouro comercializado, notas fiscais falsas eram emitidas, usando inclusive o nome de pessoas já falecidas, de acordo com as investigações. O minério era então vendido para as exportadoras Pemex e Amazônia Trading Express. Os administradores dessas empresas são tidos pelas autoridades brasileiras como as líderes da organização criminosa.

Segundo a denúncia, as duas exportadoras, com auxílio da Ororeal LLC, uma importadora com sede nos Estados Unidos, teriam contrabandeado o produto para países como Emirados Árabes, Índia, Hong Kong, Suíça e Itália. Em solo italiano, o destino era a Italpreziosi. 

Essas informações estão em quatro notas fiscais de venda de ouro para a refinaria italiana, anexadas no processo judicial, obtido na íntegra com exclusividade pela Repórter Brasil. Pelas notas, os envios de remessas de ouro à Italpreziosi pelas duas exportadoras brasileiras, com intermediação da Ororeal, ocorreram entre julho de 2017 e agosto de 2021. Somadas, as operações movimentaram US$ 5,8 milhões.

Vista aérea de garimpo em Itaituba, no Pará (Foto: Fernando Martinho/Repórter Brasil)
Vista aérea de garimpo em Itaituba, no Pará. Região é um polo de mineração ilegal de ouro no Brasil (Foto: Fernando Martinho/Repórter Brasil) | Participantes da Assembleia dos Povos relatam suas impressões da crise na Venezuela

O esquema foi descoberto pelas autoridades brasileiras após a análise de documentos fiscais, registros bancários e dados obtidos em equipamentos apreendidos durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão da “Operação Sisaque”, deflagrada pelos três órgãos em fevereiro de 2023. 

Conexão entre Italpreziosi e big techs

Desde pelo menos 2017, a Italpreziosi integra a cadeia de fornecimento de ouro da americana Apple. A relação entre as duas empresas é apontada pela própria big tech em relatórios de minerais de conflito publicados pela companhia. O mais recente foi divulgado em abril deste ano. 

Empresas com ações na bolsa dos Estados Unidos são obrigadas a enviar à Comissão de Valores Mobiliários americana (Securities and Exchange Commission, ou SEC, na sigla em inglês) a lista de fornecedores de ouro, estanho, tungstênio e tântalo – os chamados “minerais de conflito”. Esses minerais podem ter sido adquiridos direta ou indiretamente, via fornecedores externos. 

Entre 2021 e 2025, relatórios da produtora de chips NVIDIA, que usam ouro em sua composição, também incluem a Italpreziosi na lista de refinarias identificadas na cadeia de fornecimento de ouro da empresa. 

Já a fabricante de carros elétricos Testa afirma que não compra e nem negocia diretamente com fundições e refinarias de ouro, mas que pode adquirir ouro da Italpreziosi através de intermediários, segundo relatórios publicados pela companhia entre 2021 e 2025.

Procuradas, as empresas Apple e Tesla não responderam os questionamentos enviados pela Repórter Brasil até o fechamento deste texto. A NVIDIA afirmou estar comprometida com a aquisição responsável de minerais. “Nós regularmente revisamos os fornecedores para garantir a conformidade com a nossa política de minerais responsáveis e realizamos a devida diligência para garantir que os nossos produtos sejam obtidos de forma responsável”, disse a fabricante de chips em comunicado.

À Repórter Brasil, a Italpreziosi afirmou não manter relações comerciais diretas com Apple, NVIDIA e Tesla e não ter obrigação de verificar as relações de seus clientes com terceiros. 

A refinaria italiana pontuou que a relação comercial com a Ororeal já não está ativa desde o segundo semestre de 2021, antes de a refinaria tomar conhecimento das denúncias. Enquanto fez negócios com a Ororeal, a empresa diz não ter encontrado indícios de ilegalidade no ouro adquirido. “Como não surgiu nenhuma suspeita de ilegalidade nem na diligência devida ordinária nem na reforçada, a relação comercial foi mantida com monitoramento periódico”, explicou a Italpreziosi. 

Em uma carta endereçada à direção da Repórter Brasil, a CEO da Italpreeziosi, Ivana Ciabatti, esclareceu que “ainda que a relação estivesse inativa do ponto de vista comercial, nós imediatamente suspendemos a conta e tomamos todas as ações necessárias para assegurar a completa conformidade”.

A íntegra dos posicionamentos enviados pode ser lida aqui. 

Autoridades veem esquema com ramificações globais

Na denúncia apresentada à Justiça, o MPF afirma que o ouro extraído ilegalmente era comprado por cooperativas e mineradoras locais, que se utilizariam de diferentes estratégias  para “esquentar” o minério, ou seja, dar uma roupagem de legalidade à venda. 

Em uma delas, ao indicar a origem do minério nas notas fiscais, as empresas teriam apontado Permissões de Lavra Garimpeira (PLG) que não apresentavam qualquer sinal de atividade garimpeira. As PLGs são autorizações concedidas pela Agência Nacional de Mineração (ANM), órgão do governo federal, para a extração de minérios.

Com a documentação que teria sido forjada por cooperativas e mineradoras locais, o ouro era adquirido pelas exportadoras brasileiras Pemex e Amazônia Trading Express. Essas empresas, segundo as autoridades, seriam parte central do esquema. Após a compra pelas duas exportadoras, o metal era direcionado – pelo menos no papel – à Ororeal, do empresário Isaac Fuhrmann Cula, radicado nos Estados Unidos e também sócio da Amazônia Trading Express. O empresário é descrito pelo MPF como o “orquestrador da parte internacional deste esquema criminoso”. 

Comprador com grama de ouro em estado natural em loja em Itaituba, no Pará (Foto: Fernando Martinho/Repórter Brasil) | Reprodução / Luta Antimanicomial RJ

Para as autoridades brasileiras, a Ororeal funcionava como fachada para dissimular o destino real do metal, que seguia do Brasil para refinarias no exterior, como a Italpreziosi, na Itália.

Por meio de sua defesa, Isaac Fuhrmann Culo e Marina Galo Alonso, também sócia da Amazônia Trading Express, afirmaram que as duas empresas “jamais adquiriram ouro provenientes de terras indígenas ou ilegal” e que “impõem regras rígidas a seus fornecedores” para para comprovar a origem da mercadoria adquirida. Também disseram desconhecer qualquer irregularidade supostamente cometida por seus fornecedores de ouro. A defesa afirmou ainda não ter tido acesso à denúncia, negou a participação em qualquer tipo de crime e disse que “têm contribuído com o material necessário perante os autos do processo para elucidar os fatos, confiando que a Justiça será feita”. Leia o posicionamento na íntegra aqui.

Diego de Mello, sócio da Pemex e denunciado pelo MPF, afirmou à reportagem, por meio de sua advogado, que não irá se manifestar. 

Mortos ‘vendiam’ ouro

No total, 36 pessoas ligadas à 21 empresas são apontadas pelas autoridades como parte do esquema criminoso e são réus no processo judicial que tramita na 4ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Pará.

O núcleo inicial da cadeia investigada atuava em áreas remotas da Amazônia brasileira. Entre os fornecedores da Amazônia Trading Express estavam a MM Gold, empresa que, segundo o MPF, teria vendido ouro ilegal extraído da Terra Indígena Munduruku.

Já a Confiança Comércio de Metais, também fornecedora da Amazônia Trading Express, teria emitido notas fiscais em nome de 13 pessoas já falecidas. A empresa foi apontada como um dos principais núcleos de lavagem de ouro do esquema e movimentou R$ 1,4 bilhão em ouro, conforme o MPF. Diego de Mello, um dos donos da Confiança Comércio de Metais, também era sócio da Pemex, segundo as investigações. 

Por meio de seu advogado, Diego de Mello disse que não vai se manifestar. A Repórter Brasil não conseguiu localizar outros contatos da empresa Confiança Comércio de Metais. A reportagem também procurou o dono da MM Gold, Marcio Macedo Sobrinho, mas ele não respondeu aos questionamentos enviados. O espaço segue aberto para manifestações futuras.

Editado por: Poliana Dallabrida
Conteúdo originalmente publicado em Repórter Brasil
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