A Defesa Civil da Faixa de Gaza anunciou nesta terça-feira (24) que 49 pessoas que esperavam receber ajuda humanitária foram mortas e 197 ficaram feridas por disparos israelenses próximo aos centros de distribuição no território palestino, organizados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), um mecanismo organizado por Israel e pelos EUA acusado de atrair palestinos para a morte durante a distribuição de ajuda humanitária.
Com as mortes desta terça-feira (24), chega a 516 o número de vítimas palestinas durante a entrega de ajuda humanitária pela GHF. A organização faz a gestão de quatro centros de distribuição de comida em Gaza, sobretudo em setores onde os disparos da terça-feira ocorreram. Israel impôs, no começo de março, um bloqueio à ajuda ao território, parcialmente aliviado no final de maio, que provocou falta gravíssima de alimentos, medicamentos e outros bens essenciais.
Imagens mostram o momento dos ataques, enquanto pessoas aguardam pela ajuda humanitária.
“60% dos feridos levados ao hospital de campanha da Cruz Vermelha estão em estado grave e a maioria vai morrer”, afirmou Ziad Fahrat, um paramédico entrevistado no hospital Nasser de Gaza, desaconselhando à população que “vá aos centros de ajuda”.
Um total de 3.799 pessoas foram feridas desde o início da operação da GHF no mês passado. O chefe do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Jonathan Whittall, denunciou , a partir de Deir el Balah, a gravidade da situação na Faixa de Gaza. “O que estamos vendo é um massacre. Enquanto a atenção do mundo está voltada para outro lugar, as pessoas estão morrendo em Gaza simplesmente tentando conseguir comida. Tentar sobreviver se tornou uma sentença de morte”, disse ele.
Whittall observou que a maioria das vítimas foi baleada ou atingida por explosivos ao tentar acessar os pontos de distribuição controlados pelos EUA e pelos sionistas, que estão localizados em áreas sob controle militar.
Mais de 56.077 palestinos, em sua maioria civis, foram vítimas do genocídio praticado por Israel desde o 7 de outubro, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.
*Com Telesur e AFP