Professores da rede pública do Distrito Federal decidiram encerrar a greve da categoria e aceitar a proposta do governo. A decisão foi tomada com placar apertado em assembleia geral do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), na manhã desta quarta-feira (25). Ao final da votação, houve confusão e a polícia militar foi acionada.
A proposta, apresentada pelo governo do DF (GDF) nesta segunda (23), não atendeu ao pedido de reajuste salarial de 19,8%, mas contemplou outras reivindicações. O governo prometeu a nomeação de até 3 mil aprovados até dezembro de 2025; prorrogação do concurso atual por mais dois anos (até julho de 2027); novo concurso com edital previsto para o primeiro semestre de 2026; nova tabela de titulação a partir de janeiro de 2026 (10% para especialização/MBA, 20% para mestrado e 30% para doutorado); pagamento integral dos cortes de ponto via folha suplementar; e atualização de gratificações com os novos percentuais. Também foi estabelecida uma mesa de conciliação permanente.
“A greve mostrou, mais uma vez, a coragem e a disposição de luta desta categoria”, destacou Márcia Gilda, diretora do Sinpro. “O GDF judicializou o movimento desde o início, ameaçou a categoria de corte de ponto, recusou-se a negociar. Mas nossa força e nossa determinação fizeram com que ele recuasse da posição do não diálogo, para que hoje pudéssemos sair com avanços na pauta que apresentamos. A greve se encerra mas a luta continua!”, pontuou ela.
A greve começou no dia 2 de junho e durou 23 dias. As aulas retornam nesta quinta-feira (26) em todas as escolas públicas da capital. A reposição dos dias de greve se dará até o final de julho, ficando o recesso entre semestres para a primeira semana de agosto.
Segundo o Sinpro, o acordo firmado com o GDF foi homologado junto ao Tribunal de Justiça do DF. “Ou seja, com força de lei: deve ser cumprido”, afirma a entidade. O TJDFT também seguirá mediando a mesa de negociação.