Uma delegação indígena chega esta semana ao Rio de Janeiro para a segunda vigília do manto tupinambá no Museu Nacional. A iniciativa do Conselho Indígena Tupinambá de Olivença (Cito), desta vez, cobra o retorno da peça ao seu território originário localizado no sul da Bahia.
O início da programação e dos rituais em torno da vestimenta sagrada está previsto para a próxima terça-feira (1º) na Quinta da Boa Vista, na zona norte. O Manto Tupinambá retornou ao Brasil há quase um ano, em julho passado, vindo do Museu da Dinamarca.
A peça não é considerada um objeto, mas sim uma entidade ancestral, que mantém conexão espiritual com o povo. O manto feito de penas vermelhas de guará, levado à Europa em 1689, tem cerca de 1,8 m de altura.
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Em nota à reportagem da Folha de SP, o Ministério dos Povos Indígenas disse que busca apoio e articulação para a realização da vigília. Já sobre a transferência do manto para a Bahia, a pasta afirmou que é necessário “um acordo amplo que inclui a construção de um local adequado no estado que possa receber e garantir a conservação”.
Vigília
Uma primeira vigília foi organizada para o recebimento do manto. A cerimônia contou com cerca de 200 indígenas que se revezaram para prestar suas homenagens. Desde então, a peça está acondicionada no Museu Nacional, onde permanece em condições específicas de armazenamento para que não se deteriore.

O Museu é um órgão suplementar do Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Nesta semana, os indígenas que estão chegando do sul da Bahia serão novamente hospedados na instituição cultural Unicirco Marcos Frota. O Conselho Indígena Tupinambá de Olivença (Cito) divulgou uma campanha de arrecadação para ajudar nos custos com transporte e alimentação da delegação.