Na manhã desta sexta-feira (4), a Câmara de vereadores do Recife recebe a reunião pública Fim do genocídio palestino: Lula, rompa com Israel. O encontro é aberto à população e tem início às 10 horas, no plenarinho da casa legislativa. O evento foi convicado a pedido das vereadoras Cida Pedrosa (PCdoB), Jô Cavalcanti (Psol), Kari Santos (PT) e Liana Cirne (PT). A Câmara Municipal fica na rua Princesa Isabel, nº 410, ao lado do Parque Treze de Maio, no bairro da Boa Vista, centro da capital.
O encontro conta com o apoio de organizações de apoio ao povo palestino, como a Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal) e a Aliança Palestina no Recife. Confirmaram participação Ualid Rabah, presidente da Fepal, que vai contribuir de forma remota; a médica Ana Katarina, que atuou como voluntária na Faixa de Gaza e deve realizar um relato de sua experiência pessoal; e André Frej, militante da Aliança Palestina Recife. Para ir presencialmente, não é permitido o uso de sandálias, regatas ou vestimentas acima do joelho. O evento terá transmissão online na TV web Câmara do Recife (clique aqui).
As quatro vereadoras que compõem a bancada de esquerda no Recife justificam o pedido de reunião por consideraram necessário dar visibilidade à tragédia humanitária que tem ocorrido no território palestino, além de promover o debate em torno do tema com o povo recifense. Todas elas apoiam o governo Lula (PT) na Presidência da República, mas buscam elevar a pressão para que o mandatário rompa relações diplomáticas com o Estado de Israel.
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A capital pernambucana abriga uma das maiores populações de descendentes palestinos no Brasil. Segundo reportagem de 2004, na Agência de Notícias Brasil-Árabe, apesar de a presença da população descendente dos povos árabes terem grandes concentrações em São Paulo (SP) e Foz do Iguaçu (PR), a cidade do Recife é que teria o 2º maior quantitativo de descendentes palestinos naquela época, atrás apenas da capital paulista. Sobrenomes como Asfora, Dueire e Hazin são alguns dos que apontam a descendência.
Ainda segundo o texto, assinado por Inácio França, a imigração palestina para a região Nordeste tem relação com as viagens de Dom Pedro 2º ao Oriente Médio, entre 1870 e 1877, quando o imperador brasileiro prometeu à população da região (então Império Turco-Otomano) que seriam bem recebidos no Brasil. Na época, a população palestina era impedida de ter acesso à educação formal no império que dominava o território da Península Arábica ao Mar Mediterrâneo. Na capital pernambucana, muitos palestinos abriram lojas no bairro de São José.