A capital do país registrou um aumento significativo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças no primeiro semestre de 2025. Entre janeiro e 28 de junho, o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) notificou 1.102 casos. Isso representa um crescimento de 147% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registrados 446 casos.
Os dados, fornecidos pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) no dia 2 de julho, demonstram que 60% dos casos atingem crianças de 1 a 5 anos. Entre os casos confirmados, 74,4% testaram positivo para influenza, com taxa de internação de 27,3%.
O pediatra Tiago Moisés dos Santos, do Iges-DF, confirma que a maioria dos exames laboratoriais aponta para influenza do tipo A, considerada a variante mais agressiva do vírus. “O tipo A pode evoluir de forma grave, com risco à vida do paciente. É o que mais compromete o sistema respiratório”, afirma o médico.
Perfil preocupante e sintomas
A análise dos dados revela que crianças menores de 2 anos apresentam quadros mais graves, especialmente aquelas com doenças crônicas como cardiopatias, doenças neurológicas, imunossupressão ou diabetes. O período de recuperação varia entre sete e dez dias, podendo se estender por mais de duas semanas em casos de comprometimento pulmonar.
Os sintomas da influenza A incluem febre acima de 38°C, tosse seca, dor de garganta, congestão nasal, perda de paladar e coriza intensa. O vírus pode afetar outros sistemas, provocando episódios gastrointestinais e comprometimento muscular que dificulta a locomoção.
Em casos severos, a infecção pode evoluir para pneumonia viral e abrir caminho para infecção bacteriana secundária. O derrame pleural, caracterizado pelo acúmulo de líquido ao redor dos pulmões, pode exigir intervenção cirúrgica para drenagem.
Prevenção
A vacinação permanece como principal medida preventiva. O imunizante está disponível nas unidades básicas de saúde do Distrito Federal. Além disso, as autoridades sanitárias também recomendam lavagem frequente das mãos, uso de álcool em gel e evitar contato com pessoas sintomáticas.