Participante da mesa de abertura do Conselho Popular do Brics, a vereadora do Rio de Janeiro Maíra Marinho (PT-RJ), conhecida como Maíra do MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra], ressalta o papel estratégico da iniciativa para combater o imperialismo. A proposta do encontro, que acontece entre esta sexta-feira (4) e sábado (5) na cidade do Rio de Janeiro, é apresentar ideias e bandeiras dos povos do Sul Global aos chefes de Estado, que se reúnem na cúpula oficial do Brics nos próximos dias 6 e 7.
Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, a parlamentar sugere que o Brics seja um “instrumento de enfrentamento ao imperialismo”, já que o bloco representa cerca de 50% da população mundial e 40% do Produto Interno Bruto (PIB) global, além de ser um grande produtor de grãos e minérios. Segundo ela, o Conselho Popular busca “trazer para o debate as agendas prioritárias dos movimentos sociais, das mulheres, dos povos indígenas, dos povos do mundo inteiro que estão em luta pela soberania nacional de seus países”.
“Esse é um momento muito importante não só para o Brasil, para o mundo, mas também para a cidade do Rio de Janeiro sediar essa iniciativa do Brics, que é uma ferramenta importante de reposicionamento da geopolítica mundial”, comenta Maira, sobre a relevância do evento no país. “Não há como falar sobre os povos em luta se não os temos presentes nos debates”, defende.
A vereadora também destaca o valor do internacionalismo nas lutas locais. “Pensar as desigualdades que acontecem no nosso país significa pensar também a nível global. Essas desigualdades não estão colocadas só para nós, […] mas são fruto de uma lógica predatória que atinge principalmente os países colonizados há muito tempo”, afirma.
Maíra celebra ainda a presença da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), que preside atualmente o Novo Banco de Desenvolvimento do Brics. “Ter a presidenta Dilma é um acalanto para nós, diante de toda a injustiça que ela sofreu, mas também para colocar o Brasil como uma mente que consegue construir uma agenda internacionalista. […] Vemos o Brics como uma ferramenta muito importante para construir uma política de cooperação entre os povos, e não de destruição”, declara.
Esta é a primeira edição do Conselho Popular do Brics, iniciativa que reúne movimentos sociais e organizações da sociedade civil dos países que integram o bloco econômico: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e os novos integrantes Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia, Indonésia e Irã.
Para ouvir e assistir
O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.
