O ministro dos Transportes russo, Roman Starovoit, que havia sido destituído do cargo no começo desta segunda-feira (7), por decreto do presidente Vladimir Putin, foi encontrado morto em seu carro particular com um ferimento de bala.
Até o momento, autoridades ligadas à investigação trabalham com a hipótese de que o ex-ministro de 53 anos de idade teria se suicidado.
“Órgãos de investigação da Diretoria Principal de Investigação do Comitê de Investigação da Rússia para a região de Moscou estão trabalhando no local, apurando as circunstâncias do incidente. A versão principal é suicídio”, diz a nota.
Na manhã desta segunda-feira (7), o presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto sobre a renúncia de Starovoit do cargo de chefe do Ministério dos Transportes da Rússia. No documento, não havia justificativa para a demissão.

Roman Starovoit chefiou o Ministério dos Transportes por pouco mais de um ano, desde maio de 2024. Antes disso, ele atuava como governador da região de Kursk, desde 2018.
De acordo com informações publicadas pelo jornal russo Kommersant, o ex-ministro era réu em um caso de desvio de verbas no valor de pelo menos 1 bilhão de rublos (cerca de R$ 69,4 milhões) que estavam sendo destinadas à construção de estruturas de defesa na fronteira com a Ucrânia.
A incursão das forças ucranianas na região de Kursk ocorreu em agosto de 2024, meses após Roman Starovoit deixar o cargo de chefe do governo da região. Entre os que testemunharam contra Starovoit estava o ex-governador da região de Kursk, Alexey Smirnov, que substituiu Starovoit no cargo.
Demissão em meio ao caos nos aeroportos
A demissão do ex-ministro dos Transportes, anunciada pelo decreto presidencial de Vladimir Putin, aconteceu logo depois do caos que foi instaurado nos aeroportos russos durante o fim de semana, que interrompeu centenas de voos e obrigou os passageiros a passar a noite nos aeroportos. No entanto, não foi confirmada uma relação direta entre a destituição do ministro com o colapso operacional nos aeroportos.
O caos nos aeroportos russos começou na noite de 5 de julho, por conta de ataques de drones ucranianos, afetando mais de dois mil voos até a manhã desta segunda-feira (7). Mais de 480 voos foram cancelados pelas companhias aéreas, sendo que 88 foram transferidos para aeroportos alternativos e 1,9 mil sofreram atrasos.
Os aeroportos Sheremetyevo, em Moscou, Pulkovo, em São Petersburgo, e Chkalov (Strigino), em Nizhny Novgorod, foram os mais afetados.